A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, confirmou, nesta segunda-feira (11), que o Irã está enriquecendo urânio no centro de Fordo, cerca de 200km ao sul de Teerã.
O ato é proibido pelo acordo nuclear firmado em 2015 pelo país, pois o texto previa que Fordo se tornasse um centro de pesquisa. Na quarta (6), o Irã começou a injetar gás de urânio em 1.044 centrífugas do local, que antes estavam vazias.
A AIEA também afirmou que o estoque de urânio enriquecido do país está crescendo. No dia 3 de novembro, o estoque de urânio com baixo enriquecimento do Irã era de 372,3 kg, em comparação a 241,6 kg relatados em 19 de agosto - e além do limite previsto no acordo, de 202,8 kg.
O país persa continua, ainda, a enriquecer urânio até 4,5%, acima dos 3,67% permitidos pelo trato.
Desde que os Estados Unidos saíram do pacto nuclear com o Irã no ano passado e impuseram sanções, o país tem violado suas partes no acordo, para pressionar outras nações a fornecerem mais incentivos.
Também na semana passada, o Irã anunciou que estava operando 60 centrífugas avançadas do tipo IR-6, capazes de produzir urânio enriquecido dez vezes mais rápido que os aparelhos IR-1. Estas, de primeira geração, são as que operam em Fordo, mas, pelo pacto nuclear, o país só pode mantê-las em Natanz, cerca de 315km ao sul de Teerã.
O chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, disse ainda, na ocasião, que os iranianos trabalham em protótipos de uma outra centrífuga, a IR-9, ainda mais avançada que as IR-6.
Uma centrífuga enriquece o urânio girando rapidamente o gás hexafluoreto de urânio. A centrífuga IR-9 seria capaz de trabalhar 50 vezes mais rápido que as IR-1.
Mais urânio em localização desconhecida
A AIEA afirma, ainda, que foi descoberto urânio em um outro local, desconhecido, no Irã, que não foi revelado à agência, diz a Associated Press. Israel e os EUA dizem que o lugar fica nos arredores de Teerã, e já foi descrito anteriormente pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu como um "armazém atômico secreto".
Israel alegou que o material no local provém de um programa militar iraniano envolvendo trabalho em armas nucleares. O Irã nega a busca de armas nucleares e diz que seu programa é pacífico.
G1
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