Duas pessoas estão em estado crítico depois de mais um dia de protestos violentos em Hong Kong nesta segunda-feira (11).
Uma delas, um manifestante contra a China, foi atingida com um tiro por um policial, em um ato transmitido ao vivo pelo Facebook.
Uma porta-voz da autoridade hospitalar da cidade afirmou que a pessoa passou por cirurgia e estava em condições críticas, mas não deu mais detalhes. A polícia disse que está investigando o oficial e que ele foi suspenso.
Em outro lugar da cidade, um segundo manifestante, este pró-Pequim, teve um líquido inflamável jogado sobre o corpo e, depois, foi queimado. Ele também está em estado grave.
Vídeos
Nas imagens do tiro, é possível ver um agente apontando a arma para uma pessoa com uma jaqueta branca. Enquanto os dois lutam, outro homem encapuzado, vestido de preto, se aproxima, e o policial atira no segundo manifestante. O homem cai de imediato, levando as mãos ao lado esquerdo do corpo.
Em seguida, um terceiro manifestante, também de preto, se aproxima da confusão. Segundos depois, o mesmo agente parece fazer outros dois disparos, contra uma terceira pessoa, mas não houve feridos, segundo a BBC.
Depois, as imagens mostram os policiais detendo os dois homens de preto, inclusive o que ficou ferido. Fotos do local mostram o que parecem ser manchas de sangue no chão.
Os atos ocorreram no bairro de Sai Wan Ho, em um cruzamento bloqueado pelos manifestantes.
Outro vídeo postado online mostra outro manifestante, este pró-Pequim, discutindo com um grupo de pessoas. Alguém, então, derrama líquido inflamável sobre ele e acende um isqueiro. O ato foi em Sha Tin.
Primeira morte
Hong Kong tem sido sacudida nos últimos cinco meses por enormes manifestações, com enfrentamentos cada vez mais violentos entre manifestantes e policiais.
As tensões aumentaram ainda mais depois da morte de um estudante de 22 anos, Alex Chow, que caiu em um estacionamento de vários andares no começo de novembro durante um destes confrontos. Desde a morte dele, as manifestações continuaram a reunir dezenas de milhares de pessoas todos os dias.
Uma convocação de greve geral foi lançada para esta segunda (11), quando os protestos surgiram em vários distritos. Os manifestantes construíram barricadas e bloquearam estradas em cerca de 120 locais na cidade.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e um canhão de água em várias partes da cidade, e entrou no campus da Universidade Chinesa, onde estudantes protestavam. Um vídeo também publicado na internet mostrava um policial em uma motocicleta atravessando um grupo de manifestantes, em uma aparente tentativa de dispersá-los.
Um porta-voz da polícia, Tse Chun-chung, disse que os incidentes desta segunda estavam sob investigação, mas defendeu as ações dos policiais como necessárias para garantir sua própria segurança. Tse disse que duas pessoas foram presas no incidente com o tiro, incluindo a pessoa baleada, mas ninguém foi detido ainda por atear fogo no homem.
"Continuar esse tumulto é uma situação de perda para Hong Kong. Todo mundo perde", disse Tse.
O serviço ferroviário foi parcialmente suspenso por causa de incêndios e obstáculos nos trilhos e janelas quebradas em uma agência do Banco da China, estatal. Grande parte do distrito comercial do centro ficou fechada ao trânsito, enquanto manifestantes cercados por espectadores se envolviam em um impasse com a polícia.
Governo não vai ceder, diz líder
A líder de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou nesta segunda (11) que seu governo "não poupará esforços" para pôr fim aos protestos. Ela também disse que não cederia às demandas dos manifestantes por concessões políticas.
"Se ainda houver um pensamento de que, ao aumentar a violência, o governo de Hong Kong cederá à pressão para satisfazer as chamadas demandas políticas, eu estou deixando bem claro aqui: isso não acontecerá", disse Lam.
Os protestos na cidade começaram em junho, quando o governo propôs uma lei de extradição para a China, que depois foi suspensa. Os manifestantes passaram, então, a incluir demandas por maior democracia e responsabilidade policial. Ativistas dizem que a autonomia de Hong Kong e as liberdades civis ao estilo ocidental, prometidas quando a ex-colônia britânica foi devolvida à China em 1997, estão se deteriorando.
G1
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