Uma emboscada no norte do México terminou com a morte de nove pessoas, todos cidadãos dos Estados Unidos, na segunda-feira (4). Criminosos atacaram a tiros um comboio com três carros que levavam uma família de mórmons. Depois de atirar, o grupo ainda ateou fogo nos veículos.
Os mortos são três mulheres e seis crianças, todos da família de norte-americanos LeBarón, confirmou o ministro da Segurança mexicano, Alfonso Durazo.
As vítimas viviam em Bavispe, no estado de Sonora, uma comunidade na região da fronteira entre México e Estados Unidos há décadas, e participavam de movimentos ativistas contra o crime e grupos criminosos que atuam em Sonora e Chihuahua.
Jhon Lebarón, integrante da família, escreveu em uma rede social que o grupo viajava em 17 pessoas. Além dos nove mortos, seis ficaram feridos e outros dois sobreviveram ilesos; os sobreviventes foram levados a um hospital de Phoenix, no estado norte-americano do Arizona.
As vítimas, segundo Jhon Lebarón, são:
Rhonita Miller LeBarón e quatro filhos (um menino de 11 anos, uma menina de 9 e gêmeos de menos de um ano)
Dawna Langford Ray e dois filhos (uma menina de 6 e um menino de 4 anos)
Christina Langford
Esse não é o primeiro caso em que um membro da família LeBarón é assassinado no México: em 2009, Benjamin LeBarón, que era um ativista anticrime, foi assassinado no estado vizinho, Chihuahua.
Como foi o crime
A família viajava entre os estados de Sonora e Chihuahua quando, segundo o jornal "El Universal", Rhonita LeBarón – que dirigia um dos carros – precisou parar por causa de um pneu furado.
Enquanto estavam parados na estrada, os criminosos atacaram. Primeiro, de acordo com a agência Associated Press, o grupo atirou e matou Christina Langford após ela saltar do carro e balançar as mãos para sinalizar que não eram uma ameaça.
A emboscada continuou – cerca de 13 km adiante, os outros dois carros do comboio foram atacados. Os bandidos não atenderam aos pedidos para que parassem o ataque.
"Mulheres e crianças foram massacradas e queimadas vivas. Mães gritavam para que parassem com os tiros", narrou Alex LeBarón à CNN norte-americana.
Para Alfonso Durazo, secretário de Segurança mexicano, os criminosos podem ter se confundido ao avistar os carros do comboio – todos utilitários (conhecidos com SUV) – com veículos de gangues rivais. O ataque ocorreu em um lugar remoto, montanhoso, onde o cartel de Sinaloa se envolvia em guerras com outras facções.
O cartel de Sinaloa, inclusive, é o mesmo comandado pelo filho do traficante "El Chapo", preso e libertado dias atrás em Culiacán em uma ação marcada pela violência. Entretanto, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, rechaçou a hipótese de elo entre o crime desta semana com a operação contra o narcotraficante.
Violência no México
Outros episódios de violência ocorreram nos últimos meses no país.
Em 14 de outubro, 14 policiais morreram em uma emboscada na região de Michoacan, no oeste do país, uma região que há anos enfrenta problemas por causa das disputas entre cartéis de traficantes de drogas.
No dia seguinte, no sul do país, houve uma operação que terminou com 15 mortos.
Três dias mais tarde, a polícia tentou prender um dos filhos do traficante “El Chapo”, mas criminosos da cidade de Culiacán atacaram forças de segurança e aterrorizaram os moradores até que soltassem o detido.
Reação de Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu em uma rede social que "é o momento de o México, com o auxílio dos EUA, entrar em guerra com os cartéis de droga e eliminá-los da face da Terra".
"Nós só estamos esperando uma chamada de seu grande novo presidente", completou.
Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, disse que está preparado para trabalhar com o FBI desde que a soberania mexicana seja mantida.
Ele afirmou, ainda, que esse homicídio múltiplo não tem relação com a tentativa de capturar o filho de "El Chapo".
G1
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