Fevereiro 22, 2025

Promotora renuncia a cargo após pedido para abrir investigação contra contrato da era Biden

A principal promotora federal que supervisionava casos criminais no gabinete do procurador dos Estados Unidos em Washington renunciou nesta terça-feira (18), citando o que ela descreveu como uma "exigência imprópria" de autoridades nomeadas pelo governo do presidente Donald Trump.

Em uma carta ao procurador interino dos EUA, Ed Martin, a chefe criminal do escritório, Denise Cheung, escreveu que o governo Trump ordenou que ela investigasse um contrato governamental concedido durante o governo de Joe Biden e buscasse o congelamento dos bens do beneficiário.

Ela disse que nenhum dos pedidos foi apoiado pelas evidências que, segundo ela, lhe foram fornecidas pelo gabinete do Procurador-Geral Adjunto.

"Tenho orgulho de servir no Departamento de Justiça dos EUA e neste escritório há mais de 24 anos. Durante meu mandato, que abrangeu muitas administrações diferentes, sempre fui guiada pelo juramento que fiz... de apoiar e defender a Constituição", disse ela, sem especificar qual contrato da agência do poder executivo estava no centro da solicitação, ou qual entidade recebeu o contrato governamental.

A renúncia é a mais recente de promotores de carreira do Departamento de Justiça em protesto contra o que consideram interferência política imprópria do governo Trump em investigações criminais.

Demissão de promotores que investigaram Trump
Uma semana após a posse de Trump, no dia 27 de janeiro, o governo americano demitiu promotores responsáveis pelas investigações que culminaram em dois processos criminais contra Donald Trump no ano passado. A justificativa para a demissão foi de que eles não são "confiáveis para implementar a agenda do presidente".

A Casa Branca não divulgou o número exato de demitidos, mas falou em "mais de dez". Os promotores demitidos integravam o Departamento de Justiça — equivalente ao Ministério da Justiça do Brasil — e trabalhavam com o promotor especial Jack Smith.

Smith liderou duas das quatro acusações feitas pela Promotoria que resultaram em processos contra Trump — a da suposta tentativa de alterar o resultado das eleições e a de apropriação de documentos confidendicais da Casa Branca levadas por Trump quando ele deixou a presidência em 2021.

Todos os processos acabaram arquivados pelo departamento após a vitória do republicano nas eleições de novembro, com o argumento de que a Constituição norte-americana proíbe esse tipo de investigação contra presidentes. Smith renunciou ao cargo no início deste mês.

O procurador-geral interino dos EUA, James McHenry, responsável pelas demissões, disse ter concluído que os demitidos "não podiam ser confiáveis para implementar fielmente a agenda do presidente devido ao papel significativo que desempenharam ao processá-lo".

Entre os promoteres demitidos, muitos eram veteranos e tinham experiência em casos de corrupção pública e segurança nacional.

A notícia das demissões veio no mesmo dia em que Ed Martin, o principal promotor federal em Washington e indicado por Trump, abriu uma revisão interna sobre o uso da acusação aplicadas em processos contra pessoas acusadas de participar do ataque ao Capitólio dos EUA, em janeiro de 2021, segundo uma fonte.

A Suprema Corte dos EUA elevou o padrão legal para esse delito no ano passado, levando os promotores a retirarem a acusação em vários casos.

Reuters
Portal Santo André em Foco

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