Donald Trump deixou a Casa Branca para fazer a primeira viagem de seu novo mandato nesta sexta-feira (24). O presidente dos Estados Unidos irá à Carolina do Norte e à Califórnia, dois estados atingidos por desastres naturais recentemente: o furacão Hélene e os incêndios florestais em Los Angeles, respectivamente.
Acompanhado pela primeira-dama, Melania Trump, o republicano deixou a Casa Branca no começo da manhã e embarcou no avião oficial da Presidência, o Força Aérea Um, por volta das 11h30 do horário de Brasília - 9h30 do horário local.
Ainda no gramado da Casa Branca, antes de embarcar no helicóptero que o levou à aeronave, o presidente americano conversou brevemente com jornalistas e criticou a resposta dada pelo governo anterior aos dois desastres.
“Carolina do Norte tem sido uma coisa horrível, a maneira como foi permitido que apodrecesse. Vamos consertar isso. Deveria ter sido feito meses atrás, por causa do furacão que aconteceu há quase quatro meses. Os incêndios em Los Angeles poderiam ter sido apagados se eles tivessem deixado a água fluir. Mas eles não deixaram a água fluir. E eles ainda não deixaram, por qualquer motivo", disse Trump, segundo repórter do jornal "The Washington Post".
Ele comentou sobre a votação do Senado que irá aprovar ou não sua escolha de nomear Pete Hegseth para chefiar o Departamento de Defesa e se disse "muito surpreso" ao saber que duas senadoras republicanas votariam contra: "O que é, é. Ele é um bom homem. Eu não sei. Você nunca sabe com essas coisas".
Ao chegar à Carolina do Norte, sua primeira parada, Trump afirmou que queria garantir duas coisas em uma visita à Califórnia no final do dia: leis de identificação de eleitores e mudanças na política de água após grandes incêndios florestais.
"Eu só quero que a identificação dos eleitores comece, e quero que a água seja liberada, e eles vão receber muita ajuda dos EUA", disse.
A principal expectativa da viagem gira entorno do encontro de Trump com o governador californiano, Gavin Newsom. Segundo a imprensa americana, o presidente será recebido pelo democrata em sua chegada, como é de costume.
Desde que os incêndios em Los Angeles se intensificaram, o republicano fez duras críticas a Newsom, que afirma ser o responsável pela tragédia, e, nesta quinta (23), ameaçou cortar a ajuda federal para combater os incêndios florestais da cidade.
"Não acho que devemos dar nada à Califórnia até que eles deixem a água fluir do norte para o sul" do estado para combater os incêndios em Los Angeles.
Trump, um cético das mudanças climáticas, acredita que a Califórnia está ficando sem água por causa das políticas ambientais democratas que teriam desviado a água da chuva para proteger "peixes inúteis". Especialistas negam.
De acordo com uma fonte anônima da agência de notícias Associated Press, a Casa Branca pediu aos membros do Congresso da Califórnia, incluindo democratas, que realizassem uma mesa redonda em um hangar de aeronaves em Santa Monica durante a visita de Trump para discutir a situação do estado.
Durante sua campanha, Trump criticou duramente a maneira como o ex-presidente, Joe Biden, e sua vice-presidente, Kamala Harris, lidaram com as crises causadas por desastres naturais no país.
Em outubro, quando o Hélene atingiu a Carolina do Norte, Trump afirmou, sem evidências, que algumas áreas do estado atingidas pelo furacão foram deixadas de fora dos esforços de ajuda porque votam predominantemente nos republicanos.
O presidente está de olho na Fema, a agência federal que responde a desastres naturais. Alguns de seus aliados conservadores propuseram reduzir o quanto a agência reembolsa os estados para lidar com enchentes, furacões, tornados e outras calamidades.
Este órgão "será objeto de muita discussão em breve, porque eu preferiria ver os estados (federados) lidando com seus próprios problemas", disse o presidente americano na quarta-feira em entrevista ao canal Fox News.
Trump nomeou Cameron Hamilton, um ex-fuzileiro naval com experiência limitada em gerenciamento de desastres naturais, como diretor interino da FEMA.
A viagem de sexta-feira pode provocar algumas conversas desconfortáveis sobre as mudanças climáticas, que Trump minimizou e negou.
No caso de Hélene, um estudo feito por cientistas climáticos internacionais da World Weather Attribution descobriu que as mudanças climáticas aumentaram a precipitação da tempestade em 10%. Na Califórnia, o estado sofreu um outono e inverno secos recordes — sua tradicional estação chuvosa — o que tornou a área ao redor de Los Angeles mais vulnerável a incêndios.
Após visitar a Carolina do Norte e a Califórnia, Trump planeja realizar um comício neste sábado (25) em Las Vegas.
Os assessores disseram que ele oferecerá detalhes sobre como manter uma promessa de campanha de excluir gorjetas de impostos federais, enquanto se deleita por ter vencido Nevada em uma reviravolta no dia da eleição.
g1
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