O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a bispa de Washington, Mariann Edgar Budde, de "hater" e "radical de esquerda", e exigiu que ela peça desculpas por ter pedido misericórdia com os imigrantes durante missa na presença do republicano na terça-feira (21).
Budde é uma sacerdote anglicana da Igreja Episcopal dos EUA. Ela se tornou bispa de Washington em 2011, sendo a primeira mulher a assumir o posto, e atua como líder líder espiritual de 86 congregações episcopais. Leia mais sobre ela aqui.
"A suposta bispa que falou no Serviço Nacional de Oração na manhã de terça-feira era uma radical de esquerda, uma hater de Trump. Ela trouxe sua igreja para o mundo da política de uma forma muito desrespeitosa. Seu tom foi agressivo, e ela não foi convincente nem inteligente. E ela não mencionou o grande número de imigrantes que vieram para o nosso país e mataram pessoas. Muitos (imigrantes) foram retirados de prisões e instituições mentais. É uma grande onda de crime que está acontecendo nos EUA. Além de suas declarações inapropriadas, o sermão foi muito chato e nada inspirador. Ela não é boa no que faz! Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público", afirmou Trump em publicação na rede social Truth Social na madrugada de quarta-feira.
A reverenda Budde pediu "misericórdia" a Trump, citando sentimentos de medo entre as comunidades imigrantes e LGBT, além de "crianças com medo de ter seus pais levados embora". O sermão fez parte de uma missa especial como parte da celebração da posse de Trump. A missa foi realizada na igreja St. John's Episcopal Church, em Washington, e contou com a presença de Trump.
Ao longo da campanha, Trump prometeu a deportação em massa de imigrantes ilegais. Em seu primeiro dia de volta à Casa Branca, ele assinou uma ordem executiva para acabar com a cidadania automática para filhos de quem se estabeleceu nos EUA ilegalmente.
Na segunda-feira (20), Trump também lançou um grande esforço de repressão à imigração, encarregando o Exército dos EUA de auxiliar na segurança da fronteira e emitindo uma ampla proibição de asilo.
Pedido de misericórdia a imigrantes
Em uma missa com a presença de Donald Trump na capital dos EUA nesta terça (21), a bispa de Washington, Mariann Edgar Budde pediu ao presidente para que ele tenha misericórdia com os imigrantes que vivem no país e com as "crianças com medo de ter seus pais levados embora".
Budde também falou sobre o respeito aos direitos da população LGBTQIA+. Um dia após Trump declarar em seu discurso de posse que havia apenas dois gêneros na América e assinar ordens executivas para reprimir imigrantes, a bispa episcopal Mariann Edgar Budde fez um pedido ao presidente, do púlpito, para mostrar misericórdia às pessoas que estavam "com medo" do que está por vir.
"Há crianças gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, algumas que temem por suas vidas", disse Budde.
"As pessoas que colhem em nossas plantações e limpam nossos prédios de escritórios, que trabalham em granjas e em frigoríficos, que lavam a louça depois que comemos em restaurantes e trabalham nos turnos noturnos em hospitais, elas podem não ser cidadãs ou ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa", disse ela.
"Peço que tenha misericórdia, Sr. Presidente, daqueles em nossas comunidades cujos filhos temem que seus pais sejam levados embora, e que ajude aqueles que estão fugindo de zonas de guerra e perseguição em suas próprias terras a encontrar compaixão e boas-vindas aqui. Nosso Deus nos ensina que devemos ser misericordiosos com o estrangeiro."
Trump não pareceu feliz durante os comentários e deu de ombros quando questionado sobre uma reação mais tarde.
"Não foi muito emocionante", disse o presidente, sobre o sermão de Budde.
O bilionário Elon Musk, um aliado ferrenho de Trump, também criticou os comentários de Budde em uma publicação em sua plataforma de mídia social, X. "Ela pegou o vírus da 'mente woke'", ele disse, referindo-se a pessoas que defendem pautas como direitos de minorias.
Musk é pai de uma filha transgênero que em 2022 entrou com uma petição judicial para mudar seu nome, dizendo: "Eu não vivo mais com ou desejo de ser parente de meu pai biológico de nenhuma maneira, arranjo ou forma".
g1
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