Janeiro 15, 2025

Venezuela reabre fronteira com o Brasil três dias após posse de Nicolás Maduro

A Venezuela reabriu a fronteira com o Brasil na manhã desta segunda-feira (13), três dias após a posse de Nicolás Maduro para o terceiro mandato no país. A passagem foi liberada por volta das 7h30.

A fronteira entre os dois países fica na cidade de Pacaraima, ao Norte de Roraima. Durante o fechamento, que se iniciou na última sexta-feira (10), estava proibido o tráfego de veículos, mas pedestres transitavam normalmente.

"A passagem está liberada, permitindo a circulação regular de veículos e pedestres", informou a Polícia Militar, que desde o fechamento monitorava o movimento na região.

Na última sexta, o Ministério das Relações Exteriores divulgou que o fechamento foi tomado "por decisão das autoridades venezuelanas".

Em junho de 2024, às vésperas das eleições presenciais entre os candidatos Maduro e Edmundo González, a fronteira também foi fechada - o fluxo foi interrompido na sexta-feira (26), dois dias antes do pleito, em 28 de junho.

Nicolás Maduro tomou posse na sexta, em sessão solene na sede da Assembleia Nacional em Caracas. A cerimônia, presidida pelo chavista Jorge Rodríguez, encerrou o processo eleitoral marcado pela falta de transparência, autoritarismo e violência extrema contra qualquer pessoa que ousou se opor ao atual regime.

Com o país em crise e enquanto muitos venezuelanos fogem do desemprego, do sucateamento educacional, da escassez de alimentos e da instabilidade política, Maduro deve permanecer mais seis anos no comando da Venezuela.

Diante da crise política, econômica e social, o Brasil é o terceiro país da América Latina que mais recebeu refugiados e migrantes venezuelanos, ficando atrás da Colômbia e do Peru, de acordo com dados da Plataforma Regional de Coordenação Interagencial R4V. Roraima é a principal porta de entrada para venezuelanos que buscam melhores condições de vida no país.

Posse de Maduro
Nicolás Maduro tomou posse, na última sexta-feira (10), para seu terceiro mandato como presidente venezuelano. Ele está no comando do país desde 2013, quando o então presidente Hugo Chávez morreu de câncer.

Os anos seguintes a 2013 foram marcados por instabilidade política na Venezuela. Com uma crise financeira, em 2014, as ruas do país foram tomadas por manifestantes de oposição que exigiam a saída de Maduro do poder.

Embora o Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana tenham proclamado a vitória de Maduro em 2024, a oposição, organismos internacionais e outros países alegam que houve fraude no processo eleitoral e reconhecem Edmundo González como presidente legítimo.

Segundo a oposição, a divulgação das atas eleitorais demonstraria a vitória de González. A Suprema Corte do país, entretanto, alinhada a Maduro, proibiu a divulgação dessas atas.

O impasse e a falta de transparência nas eleições venezuelanas promoveram um distanciamento entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Nicolás Maduro, historicamente aliados.

Oficialmente, o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro nem a vitória da oposição. O presidente Lula, por sua vez, a exemplo de outros líderes internacionais, tem cobrado a divulgação das atas.

Sem a presença de Lula, o Brasil foi representado na solenidade de posse do venezuelano a pela embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira.

g1
Portal Santo André em Foco

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