Janeiro 09, 2025

A 2 dias da posse de Maduro e com Venezuela sob tensão, González se reúne com ex-líderes latinos no Panamá

Um grupo de ex-líderes latino-americanos e o presidente panamenho, José Raúl Mulino, reuniram-se nesta quarta-feira (8), no Panamá, com o opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, dois dias antes da posse presidencial na Venezuela.

A visita acontece dois dias depois que González visitou os Estados Unidos, onde foi recebido pelo presidente Joe Biden na segunda-feira. Antes, ele havia viajado para Argentina e Uruguai e, agora, irá para a República Dominicana.

Entre os presentes no encontro estavam os ex-presidentes Vicente Fox e Felipe Calderón, do México; a costarriquenha Laura Chinchilla, o colombiano Andrés Pastrana, o boliviano Jorge Quiroga e os panamenhos Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Valladares.

A Venezuela, sob vigilância militar e policial nas ruas, está em contagem regressiva para a questionada posse do presidente Nicolás Maduro para um novo mandato, nesta sexta-feira (10).

González, que estava exilado na Espanha desde que denunciou a reeleição de Maduro como uma fraude e reivindica vitória nas eleições de 28 de julho, prometeu voltar à Venezuela para "tomar posse" da presidência.

No entanto, o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, garante que, se ele "pôr um pé na Venezuela, será preso e julgado", ameaça que já havia sido feita pelo procurador-geral em novembro.

Os ex-presidentes que participaram do encontro nesta quarta buscam coordenar um avião que os levará à Venezuela junto com o opositor.

Na terça-feira, o Parlamento venezuelano declarou como "persona non grata" nove ex-presidentes que apoiam González Urrutia. Um dia antes, as relações diplomáticas do país com o Paraguai foram cortadas após presidente anunciar apoio a opositores.

Também na terça, em discurso para milícias que o apoiam, Nicolás Maduro atacou os países que contestam sua reeleição e afirmou:

"Imperialistas, não se enganem comigo, não se enganem com o povo da Venezuela, porque estamos decididos a vencer. A preservar a paz, a independência nacional e os direitos do povo com a nossa própria vida se for necessário".

Desde semana passada, as principais avenidas do centro de Caracas, a capital venezuelana, onde estão localizados os poderes públicos, foram ocupadas por centenas de agentes de segurança fortemente armados.

Na segunda (6), Maduro anunciou a ativação de um plano de "defesa" para garantir "o que será uma vitória exemplar".

"Estou aqui pela vontade de Deus todo-poderoso, pela vontade do nosso povo", disse na televisão estatal, pedindo a seus apoiadores que "saiam às ruas aos milhões".

A tensão crescente nas ruas também é reflexo de uma série de denúncias feitas pela oposição. Nesta terça-feira (7), em uma rede social, González afirmou que o genro dele, Rafael Tudares, foi sequestrado enquanto levava os filhos para escola.

Nesta quarta, a coalizão Frente Democrática Popular afirmou que Enrique Márquez, outro candidato da oposição nas eleições de 28 de julho na Venezuela, foi "detido arbitrariamente" no dia anterior.

O Ministério Público da Venezuela ainda não confirmou a detenção.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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