Novembro 19, 2024

Putin assina decreto que flexibiliza uso de armas nucleares; veja o que muda

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta terça-feira (19) um decreto que amplia as posibilidades de uso de armas nucleares pelas Forças Armadas russas.

A medida vem após a notícia de que os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a atacar o território russo com mísseis de longo alcance norte-americanos, o que o Kremlin considera uma entrada de Washington no conflito. Neste ano, Putin já havia dito que seu país poderia utilizar armas nucleares.

O decreto atualiza a doutrina sobre uso das armas nucleares, formalmente conhecida como "Os fundamentos da política de Estado no campo da dissuasão nuclear".

Com a atualização, a Rússia agora considerará fazer um ataque nuclear se seu território ou de Belarus, país aliado, enfrentem uma agressão "com o uso de armas convencionais que crie uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) à sua integridade territorial", segundo o texto.

A doutrina anterior, estabelecida em um decreto de 2020, dizia que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do Estado.

Outras alterações incluem considerar qualquer ataque convencional à Rússia por uma potência não nuclear apoiada por uma potência nuclear como um ataque conjunto.

Qualquer ataque com aeronaves, mísseis de cruzeiro e aeronaves não tripuladas que cruze as fronteiras da Rússia também poderia desencadear uma resposta nuclear.

"A agressão contra a Federação Russa e (ou) seus aliados por parte de qualquer Estado não nuclear com a participação ou apoio de um Estado nuclear é considerada um ataque conjunto", diz a doutrina.

O Kremlin disse que a aprovação é uma resposta "necessária" diante das "ameaças" do Ocidente à segurança do país. "Era necessário adaptar nossos fundamentos à situação atual", declarou o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov.

A Rússia é a maior potência nuclear do mundo, logo à frente dos Estados Unidos, mas países europeus como a França e o Reino Unido também possuem arsenais nucleares.

g1
Portal Santo André em Foco

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