Venezuela e Rússia assinaram 17 acordos nesta quinta-feira (7) que, segundo o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, selam "o caminho da cooperação" e abrangem áreas estratégicas como "inteligência" contra "espionagem", cooperação militar e investimentos energéticos.
"Foram assinados 17 acordos para o desenvolvimento compartilhado e investimentos mútuos", declarou Maduro durante um evento no palácio presidencial de Miraflores, após a 18ª reunião da Comissão Intergovernamental de Alto Nível (Cian), composta por delegados de ambos os países.
"Hoje, com esses acordos que assinamos, com esses contratos que assinamos, selamos e consolidamos o caminho de união e cooperação entre Rússia e Venezuela para os próximos anos, até 2030 e além", afirmou o líder esquerdista.
Mais cedo, durante o encontro liderado pela vice-presidente e ministra do Petróleo, Delcy Rodríguez, e pelo vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Chernishenko, foi assinado um documento para cooperação no "uso de drones" e em "questões de inteligência e contrainteligência contra espionagem".
Chernishenko ressaltou a disposição de seu país em suprir "plenamente" as "necessidades das forças armadas venezuelanas" com exemplares "mais sofisticados de armamento e maquinário militar", de acordo com a tradução do canal estatal VTV.
Rodríguez, por sua vez, agradeceu o apoio do presidente russo, Vladimir Putin, para a "equipagem" das Forças Armadas venezuelanas e o intercâmbio de cooperação para o "resguardo" da "integridade territorial e garantia de nossa soberania nacional".
A relação entre Caracas e Moscou se estreitou durante o governo do falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013). Em 2004, foi estabelecida a comissão de alto nível entre os dois países e, desde então, mais de 400 acordos foram assinados.
A Rússia tem sido um importante fornecedor de equipamentos militares para a Venezuela, incluindo aeronaves Sukhoi e fuzis Kalashnikov.
As partes também assinaram acordos para "capacitação e assessoria técnica" na área energética e para a "prestação de serviços petrolíferos e tecnologia de recuperação de óleos crus extrapesados".
A Rússia tem afirmado que a Venezuela é um "parceiro confiável" na América Latina e manifestou seu total apoio ao governo do presidente Nicolás Maduro, reeleito em julho para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, apesar das denúncias de fraude.
O governo russo também expressou sua disposição para ajudar na recuperação econômica da Venezuela e em sua indústria petrolífera, que busca se reerguer após anos de crise por problemas de corrupção e desinvestimentos. Atualmente, a Venezuela produz pouco mais de 900 mil barris por dia.
"A parte russa está disposta a fornecer acesso ao capital e às competências para o desenvolvimento dos setores-chave da economia venezuelana, em primeiro lugar, no setor de petróleo e gás, mineração e o complexo agroindustrial", apontou Chernishenko.
France Presse
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