Manifestantes interditaram ruas de La Paz nesta sexta-feira (25) para pedir uma auditoria dos resultados das eleições presidenciais na Bolívia. A apuração finalizada deu ao atual presidente, Evo Morales, o quarto mandato consecutivo – o que a oposição considera uma fraude.
Na manhã desta sexta-feira, houve interdição de algumas vias no norte e no sul de La Paz. Testemunhas da Reuters não relataram incidentes violentos – porém, na noite de quinta, manifestantes entraram em confronto com forças de segurança nas ruas da cidade.
O diretor da Unidade Operativa de Trânsito de La Paz, Abel Claros, disse que a cidade amanheceu com bloqueios concentrados fundamentalmente na zona sul em protesto contra os resultados das eleições gerais. "Na zona central, a situação é quase normal", afirmou aos repórteres.
Na noite de quinta-feira, com 99,99% das urnas apuradas, a contagem de votos mostrou que Evo obteve 47,07% dos votos; Mesa obteve outros 36,51%.
O vice-ministro do Orçamento e da Contabilidade Fiscal, Jaime Duran, disse que o conflito dos últimos dias "sem dúvida" terá um efeito sobre a economia, que mesmo assim "tem uma grande capacidade de resposta".
Troca de acusações
Primeiro presidente de origem indígena na Bolívia, Evo se elegeu pela primeira vez em 2006. Ele acusa a oposição de tentar um golpe de Estado ao não reconhecer o resultado das eleições, que ocorreram no domingo passado.
Os protestos começaram ainda no domingo, quando uma contagem oficial de votos foi suspensa durante quase 24 horas enquanto os resultados apontavam a necessidade de um segundo turno. Evo, de 59 anos, insistia que seu partido Movimento ao Socialismo (MAS) obteria vitória ainda na primeira rodada.
"Tem que haver um segundo turno... a justiça eleitoral lamentavelmente não é confiável", disse nesta sexta-feira Marco Antonio Fuentes, parlamentar de La Paz.
O ex-presidente e candidato opositor do partido Comunidade Cidadã, Carlos Mesa, de 66 anos, disse nesta sexta-feira ao canal Unitel que "o governo está desprezando o voto popular, o governo está desprezando as gigantescas mobilizações em todos os departamentos do país... (e) uma paralisação indefinida que é cumprida rigorosamente".
A equipe de observadores oficiais da Organização dos Estados Americanos (OEA) havia recomendado na quinta-feira que a Bolívia convoque um segundo turno depois da interrupção inesperada da contagem e uma mudança repentina a favor de Evo – o que irritou o presidente.
Reuters
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