O ex-presidente dos EUA Donald Trump culpou, nesta segunda-feira (16), a "retórica de Kamala Harris e Joe Biden" pela suposta tentativa de assassinato contra ele, no domingo (16).
Em entrevista à rede de TV "Fox News", o republicano, candidato à Casa Branca, afirmou que o suspeito de tentar assassiná-lo "acreditou na retórica de Biden e Harris e agiu de acordo com ela".
"Ele (suspeito) acreditou na retórica de Biden e Harris e agiu de acordo com isso. Essa retórica está fazendo com que disparem contra mim", disse Trump à rede norte-americana.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta segunda que o Serviço Secreto dos Estados Unidos precisa de ajuda e de mais agentes.
Por conta da suposta tentativa de assassinato a Trump, a agência de Serviço Secreto norte-americana foi alvo de críticas ao não ter detecatado o suspeito, que foi encontrado a poucos metros do campo de golfe onde Trump estava — a Legislação dos EUA determina a proteção de candidatos à presidência por policiais e agentes do FBI e do Serviço Secreto.
O suspeito foi baleado por agentes do Serviço Secreto ao ser detectao. Segundo a polícia local, ele portava um fuzil AK-47 e câmeras.
Também nesta segunda, o suspeito foi a um tribunal da Flórida, onde foi acusado formalmente por dois crimes com arma de fogo.
Ele permacerá preso e irá a julgamento.
"O Serviço Secreto precisa de mais ajuda, e acho que o Congresso responderá a essa necessidade", disse Biden em entrevista à imprensa sobre o caso. "Eles precisam de mais pessoal".
O presidente não especificou que tipo de ajuda seria necessária, mas a capacidade da agência de proteger os candidatos já havia sido questionada quando Trump sofreu a primeira tentativa de assassinato, em junho. Na ocasião, um homem armado dispartou contra o candidato, atingido sua orelha direita de raspão.
O candidato republicano Donald Trump se reunirá nesta segunda-feira com o diretor do Serviço Secreto para discutir o caso.
Suposto atentado
No domingo, tiros foram disparados perto de um campo de golfe em West Palm Beach, na Flórida, onde o republicano disputava uma partida. As autoridades locais disseram que agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos que protegiam Trump viram um homem com um fuzil AK-47 próximo ao campo.
Confira pontos principais para entender o que aconteceu com Trump:
Quem é o suspeito?
Autoridades disseram que o homem que apontou o rifle e foi preso é Ryan Wesley Routh, de 58 anos. Policiais identificaram o suspeito para a agência Associated Press (AP) sob condição de anonimato, pois não estavam autorizados a discutir a investigação em andamento.
Segundo as autoridades, Routh largou a arma e fugiu em um SUV preta, sendo posteriormente detido em um condado vizinho. Ele também deixou duas mochilas penduradas em uma cerca e uma câmera GoPro próximo ao campo. O motivo da ação ainda é desconhecido.
Routh foi condenado em 2002 por posse de uma arma de destruição em massa, de acordo com os registros online do Departamento de Correção de Adultos da Carolina do Norte.
Os registros não fornecem detalhes sobre o caso, mas uma reportagem do News & Record de 2002 afirma que um homem com o mesmo nome foi preso após um impasse de três horas com a polícia.
A reportagem relata que ele foi parado durante uma abordagem de trânsito, colocou a mão em uma arma e se barricou em uma empresa de telhados. Routh foi acusado de portar uma arma escondida e de posse de uma arma de destruição em massa (uma metralhadora totalmente automática), segundo o News & Record.
Como isso aconteceu?
O atirador estava a cerca de 400 a 500 metros de distância de Trump, escondido entre arbustos, enquanto o ex-presidente jogava uma rodada de golfe no Trump International Golf Club, em West Palm Beach.
Ric Bradshaw, xerife do Condado de Palm Beach, disse que quando as pessoas entram na vegetação ao redor do campo, "elas ficam praticamente fora de vista".
Segundo Bradshaw, todo o campo de golfe teria sido cercado por policiais se Trump fosse o presidente em exercício, mas, como ele não é, "a segurança é limitada às áreas que o Serviço Secreto considera necessárias".
A proteção de Trump tem sido maior do que a de alguns de seus colegas devido a sua alta visibilidade e sua campanha para buscar a Casa Branca novamente. Sua segurança foi reforçada dias antes da tentativa de assassinato de julho na Pensilvânia devido a uma ameaça à vida de Trump vinda do Irã, disseram autoridades dos EUA.
O que Trump disse após a tentativa?
Em um e-mail para apoiadores, Trump afirmou: “Houve tiros nas minhas proximidades, mas antes que os rumores comecem a sair de controle, quero que ouçam isso primeiro: EU ESTOU SEGURO E BEM!”
O vice-presidente na chapa de Trump, J.D. Vance, e o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, informaram que conversaram com Trump após o incidente. Ambos disseram que ele estava “de bom humor”.
O apresentador da Fox News, Sean Hannity, amigo próximo do ex-presidente, também falou com Trump e seu parceiro de golfe, Steve Witkoff.
Eles disseram a Hannity que estavam no quinto buraco quando ouviram um "pop pop, pop pop". Em questão de segundos, os agentes do Serviço Secreto "saltaram sobre" Trump e o "cobriram" para protegê-lo. Momentos depois, um carrinho conseguiu tirar Trump do local.
Hannity disse que a reação de Trump após o ocorrido — quando ficou claro que todos estavam seguros — foi dizer, brincando, que ficou triste por não ter terminado o buraco, já que ele "estava na média e tinha uma tacada de birdie".
O que a vice-presidente Kamala Harris disse?
Kamala, adversária democrata de Trump na eleição presidencial, postou nas redes sociais que havia sido informada sobre os relatos de tiros. "Estou feliz que ele esteja seguro. A violência não tem lugar na América", escreveu.
A Casa Branca disse que o presidente Joe Biden e Harris seriam atualizados sobre a investigação, além de estarem "aliviados" em saber que o republicano estava seguro.
O que acontece agora?
Trump não anunciou nenhuma mudança em sua agenda e está programado para falar ao vivo no X nesta segunda-feira (16) à noite de seu resort Mar-a-Lago, para lançar a plataforma de criptomoeda de seus filhos.
Enquanto isso, os líderes de uma força-tarefa bipartidária do Congresso que investiga a tentativa de assassinato de Trump em 13 de julho disseram que solicitaram uma atualização do Serviço Secreto.
“Estamos agradecidos por o ex-presidente não ter sido ferido, mas permanecemos profundamente preocupados com a violência política e a condenamos em todas as suas formas”, disseram os deputados Mike Kelly (Partido Republicano) e Jason Crow (Partido Democrata) em um comunicado.
O deputado Jared Moskowitz, um democrata da Flórida que faz parte da força-tarefa, também afirmou que "buscará respostas sobre o que aconteceu hoje e naquela ocasião".
Associated Press
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