A Justiça dos Estados Unidos adiou nesta sexta-feira (6) a audiência que revelará qual será a sentença à Donald Trump pela condenação do ex-presidente por fraude ao comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels.
A sessão, que aconteceria em setembro, será realizada agora em 26 de novembro, após as eleições dos EUA, em 5 de novembro. Trump pode pegar até quatro anos de prisão.
Trump foi condenado em maio pelo crime — durante o julgamento do primeiro dos quatro processos aos quais ele responde como réu nos EUA. No entanto, os juízes não decidiram, na ocasião, a sentença que seria aplicada ao ex-presidente.
Esta é a segunda vez que a decisão sobre a sentença de Trump é adiada. A audiência foi marcada inicialmente para julho. Depois, foi adiada para setembro e, agora, para o fim de novembro.
O juiz Juan Merchan, responsável por determinar a sentença, justificou que adiou a audiência “para evitar qualquer aparência — por mais injustificada que seja — de que o processo foi afetado ou busca afetar a eleição presidencial que se aproxima, na qual o réu é candidato”.
“O Tribunal é uma instituição justa, imparcial e apolítica”, disse o juiz.
Condenação
Trump foi condenado no caso em que era acusado de ter usado dinheiro de campanha para pagar à atriz pornô Stormy Daniels para que ela não revelasse um caso extraconjugal que os dois tiveram, segundo a acusação.
A Promotoria do caso afirmou que o ex-presidente enviou, por meio de um intermediário, um cheque de US$ 130 mil a Daniels para comprar seu silêncio em 2016, quando ele concorria à presidência dos EUA. Trump venceu as eleições na ocasião, e os promotores alegaram que o pagamento pode ter afetado na decisão de muitos eleitores.
Durante o processo que julgou o caso, a atriz pornô deu depoimento no qual afirmou que de fato teve um "encontro amoroso" com Trump. O ex-advogado de Trump Michael Cohen, que também depôs no julgamento, declarou que o então candidato deu pessoalmente a ordem para que Daniels recebesse o dinheiro.
"Ele me disse: 'Isso é um desastre, um desastre completo. As mulheres vão me odiar. Os caras acham legal, mas isso vai ser desastroso para a campanha'", afirmou o ex-funcionário de Trump durante seu testemunho.
O valor pago, segundo a acusação, foi registrado como honorários advocatícios para Michael Cohen, e não como despesas de campanha – o dinheiro foi inclusive contabilizado como gasto da incorporadora imobiliária de Trump, e não da campanha.
A decisão do júri, anunciada em maio em um tribunal de Nova York, foi unânime. Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações pelos 12 integrantes do colegiado.
Mesmo condenado, Trump poderia ainda assim governar o país, no caso em que vencesse as eleições. Inclusive se for preso. Não há nada na lei dos EUA que o impeça. Ele também pode recorrer da condenação.
Analistas americanos consideram pouco provável que o ex-presidente vá para a cadeia. Isso porque as 34 acusações se referem a crimes de Classe E, considerados leves em Nova York.
Além disso, o juiz pode considerar que:
Em vez de prisão, o juiz pode optar por uma pena mais branda, como liberdade condicional ou multa.
Ele ainda respondem por outros três processos: um por se apropriar de documentos sigilosos da Casa Branca, outro por tentar interferir no resultado da eleição de 2020 (quando perdeu), e o mais grave, relacionado à invasão do Congresso americano em janeiro de 2021, quando seus apoiadores tentaram impedir a posse de Biden.
g1
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