O candidato republicano à presidência Donald Trump disse nesta quinta-feira (5) que Elon Musk liderará uma "Comissão de Eficiência do Governo" em eventual 2º mandato. O anúncio da nova comissão consolida a aproximação entre Trump e o bilionário, dono do X e da SpaceX.
"Vou criar uma comissão de eficiência governamental encarregada de realizar uma auditoria financeira e de desempenho completa de todo o governo federal e fazer recomendações para reformas drásticas", disse Trump.
Segundo o republicano, o objetivo da "Comissão de Eficiência do Governo" seria identificar maneiras de eliminar fraudes e pagamentos indevidos. No entanto, o republicano não deu mais detalhes de como a comissão funcionaria. O plano é criticado por especialistas (Leia mais abaixo)
Trump afirmou que Musk já concordou em chefiar a comissão. "Estou ansioso para servir à América, se a oportunidade surgir", disse Musk após o anúncio.
O ex-presidente vem discutindo a ideia de uma comissão de eficiência governamental com assessores há semanas, disseram à Reuters pessoas com conhecimento dessas conversas. No entanto, seu discurso no New York Economic Club, na quinta-feira, foi a primeira vez que ele endossou publicamente a ideia. Durante o evento, Trump também expôs sua visão econômica para os EUA.
Musk havia dito em um podcast em 19 de agosto que havia tido conversas com o ex-presidente sobre o assunto e que estaria interessado em servir na comissão.
Trump e Musk se aproximaram à medida que as visões políticas do dono do X se tornaram mais conservadoras. Em uma conversa recente que eles tiveram no X, o empresário sugeriu que Trump formasse uma comissão para lidar com os gastos do governo como forma de combater a inflação.
Musk começou a apoiar declaradamente Trump após o atentado que o republicano sofreu em julho, quando ele foi atingido por um tiro de AR-15 na orelha durante um comício na Pensilvânia. O bilionário prometeu doar US$ 45 milhões (cerca de R$ 245 milhões) por mês para a campanha de Trump, segundo o jornal americano "The Wall Street Journal".
Elon Musk está atualmente envolvido em uma briga no Brasil com o ministro do STF Alexandre de Moraes por conta do X. Moraes suspendeu a rede social no país após o bilionário ter se recusado a nomear um representante legal da empresa no Brasil. Desde então, Musk faz campanha no X contra o ministro e têm compartilhado publicações da extrema direita brasileira que dialogam com sua pauta de liberdade de expressão.
Críticas
A proposta de Trump para a comissão foi criticada por Everett Kelley, presidente da Federação Americana de Funcionários Públicos, um sindicato que representa cerca de 750 mil trabalhadores federais. Ele acusou Trump e Musk de quererem desmantelar o serviço público não partidário e substituir os trabalhadores demitidos por aliados.
"Não há nada de eficiente nisso", escreveu Kelley em uma declaração à Reuters.
O governo dos EUA já possui o Escritório de Contabilidade Governamental (GAO, na sigla em inglês), uma agência federal apartidária encarregada de investigar os gastos e o desempenho do governo federal.
Planos econômicos
Durante seu discurso, Trump reiterou seu plano de reduzir a alíquota do imposto corporativo dos EUA de 21% para 15%, mas apenas para empresas que fabricam produtos domesticamente. Ele também disse que abriria extensões de terras federais para construção de moradias, numa tentativa de reduzir os custos de habitação. Essas novas zonas habitacionais seriam de "baixa tributação" e "baixa regulamentação", disse Trump, sem fornecer mais detalhes.
"Vamos abrir nosso país para construir casas de maneira barata, para que os jovens e outras pessoas possam comprar casas", afirmou.
Embora Trump já tivesse dito que queria reduzir a alíquota de imposto para 15%, ele ainda não havia vinculado essa redução à manutenção da manufatura dentro do país.
Trump também defendeu a criação de um fundo soberano, em parte para financiar grandes projetos de infraestrutura, incluindo rodovias, aeroportos e centros de manufatura.
Durante a campanha, Trump frequentemente culpou a candidata democrata Kamala Harris, a vice-presidente, pelo aumento dos preços de produtos do dia a dia durante o governo do presidente Joe Biden.
g1
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