A líder opositora venezuelana María Corina Machado afirmou nesta quarta-feira (7) que não descarta a possibilidade de que Colômbia, Brasil e México consigam estabelecer uma solução "efetiva" para a Venezuela por meio de uma negociação após a crise desencadeada pela contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro.
"Eu não descarto que esta iniciativa possa efetivamente estabelecer os termos de uma negociação clara, firme e efetiva", disse em entrevista a meios de comunicação locais, ao ser questionada sobre uma mediação de Brasil, Colômbia e México.
"Também não descarto que, além desses facilitadores, outros países possam se incorporar", acrescentou Machado, que denuncia fraude na eleição de 28 de julho e afirma ter as atas que comprovam a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.
Os governos dos presidentes de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro estão realizando esforços diplomáticos para buscar soluções para a crise desencadeada após as eleições.
Machado, que não pôde participar das eleições devido a uma inabilitação política, afirmou que "indiscutivelmente" os líderes desses países têm um "canal de comunicação" com o governo de Maduro que outros não têm.
"Acho que eles se mantiveram em uma posição prudente para manter essa interlocução", apontou.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, alinhado ao governo, proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato com 51% dos votos, mas ainda não divulgou informações detalhadas sobre os resultados nem publicou as atas eleitorais.
Após a votação, eclodiram protestos em Caracas e outras cidades que resultaram em 2.200 detidos, segundo o governo, e cerca de 24 mortos, segundo ONGs de Direitos Humanos.
As manifestações se dispersaram com o passar dos dias em meio a denúncias de forte repressão por parte das forças de segurança.
Além disso, o Ministério Público abriu uma investigação penal contra Machado e González por "incitação à insurreição" após pedirem apoio às Forças Armadas.
Machado reiterou que, embora a repressão tenha sido "maciça", a oposição continuará "avançando".
"Aqui ninguém está recuando e ninguém está desmoralizado. Pelo contrário, estamos empenhados em cumprir as próximas etapas, aumentar a pressão externa, o momentum, e levar Maduro a reconhecer (...) os termos de uma negociação para uma transição ordenada", sustentou.
France Presse
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