A campanha eleitoral para a eleição presidencial da Venezuela entrou no último dia, nesta quinta-feira (25). As equipes do presidente Nicolás Maduro e do opositor Edmundo González pretendem concentrar os últimos esforços na capital, Caracas.
A eleição está marcada para domingo, com os locais de votação funcionando das 6h às 18h, pelo horário local (5h - 17h, em Brasília). Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mais de 20 milhões de pessoas estão aptas a votar.
A campanha na Venezuela foi marcada por intensa troca de acusações entre os dois lados. Enquanto Maduro classifica a oposição como "extrema direita", González e aliados denunciam irregularidades eleitorais e até mesmo um atentado.
O comício de González em Caracas está marcado para começar às 16h (15h, em Brasília). O evento será na avenida principal do bairro Las Mercedes. A região é considerada o centro cultural, econômico e financeiro da capital.
"Vamos encerrar essa campanha admirável, na qual percorremos a Venezuela de ponta a ponta", disse a opositora María Corina Machado ao convidar os eleitores para o comício.
Antes, durante a manhã, González e Corina Machado participarão de uma coletiva de imprensa para fazer um balanço da campanha.
Já Maduro planeja uma maratona em Caracas, com um comício de 12 horas de duração, começando às 9h (8h, em Brasília). O evento se iniciará na Avenida Bolívar, uma das mais importantes de Caracas, mas deve avançar por outras áreas da cidade.
"O povo virá de todos os lados para selar toda essa emoção e emotividade que reflete o espírito combativo da afirmativa venezuelana", afirmou Nahum Fernández, membro da campanha.
Os últimos dias
Nos últimos dias, os dois candidatos percorreram o país. Maduro reforçou em seus discursos que irá emplacar uma "vitória recorde". Disse ainda que a oposição terá de aceitar os resultados eleitorais "sem choradeira".
Maduro também subiu o tom, chegando a afirmar que haveria "banho de sangue" se não fosse eleito. As falas chamaram a atenção da comunidade internacional, incluindo o presidente Lula (PT), que se disse assustado.
O venezuelano rebateu, dizendo que aqueles que se assustaram deveriam "tomar chá de camomila". Ele também questionou o sistema eleitoral do Brasil. Os comentários fizeram o TSE desistir de enviar observadores para acompanhar as eleições na Venezuela.
Do outro lado da disputa, Edmundo González apareceu ao lado de María Corina Machado em atos de campanha. Considerada candidata forte para derrotar Maduro, Corina Machado acabou sendo impedida de concorrer pela Justiça da Venezuela.
González assumiu a chapa formada por meio de uma coalizão da oposição. O ex-diplomata aparece na liderança em pesquisas de intenção de voto.
Na terça-feira (23), a campanha de González afirmou que estava sendo impedida pelo CNE de imprimir as credenciais de 90 mil fiscais cadastrados pelo partido. Esses agentes serão responsáveis por acompanhar a votação e denunciar possíveis irregularidades.
Na semana passada, Corina Machado disse que agentes do governo venezuelano vandalizaram dois carros de sua comitiva e cortaram as mangueiras dos freios.
g1
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