O Rei Charles 3º discursou no Parlamento britânico nesta quarta-feira (17), em Londres, em uma cerimônia que inaugura oficialmente a nova legislatura, que tem o trabalhista Keir Starmer como chefe de governo.
A fala de Charles focou no plano do novo governo, de centro-esquerda, em conter a alta do custo de vida no Reino Unido, e em um plano para a construção de moradias.
Embora tradicionalmente lido pelo monarca, o texto do discurso é escrito sempre pelo governo -- no caso desta quarta-feira, pelo Partido Trabalhista, vencedor das eleições gerais do último dia 4 de julho.
Keir Starmer é o primeiro trabalhista a assumir o posto de premiê no Reino Unido após 14 anos de governo Conservadores, de direita.
O discurso também tentou dar um novo tom à política britânica, promovendo o serviço público em contraposição à iniciativa individual.
O pacote de mais de 35 projetos de lei anunciados foca na retomada do crescimento da economia, na reforma das leis de planeamento urbano para facilitar a construção de casas e na aceleração da entrega de grandes projetos de infraestrutura, na melhoria dos transportes e na criação de empregos.
"O programa legislativo do meu governo será orientado por missões e baseado nos princípios de segurança, justiça e oportunidades para todos", diz o texto lido pelo monarca.
"Iremos desbloquear o crescimento e retirar as travas do Reino Unido, virando definitivamente a página da irresponsabilidade econômica e da incapacidade generalizada de enfrentar o futuro que vimos sob o governo conservador."
Numa introdução à legislação proposta, Starmer anunciou que "a era da política como performance e interesse próprio acima do serviço acabou".
Mas ele também fez um alerta aos que esperam que o novo governo trabalhista consiga resolver rapidamente os problemas que atingem o Reino Unido. "A reconstrução do nosso país não acontecerá da noite para o dia. Os desafios que enfrentamos exigem um trabalho determinado e paciente e soluções sérias", escreveu ele.
Reversão de privatizações
O governo também estabeleceu planos para renacionalizar gradualmente a malha ferroviária de passageiros e estabelecer tarifas acessíveis para atrair as pessoas de volta a utilizas os trens, entregando ao Estado o controle dos contratos assumidos por empresas privadas assim que as concessões vencerem.
Essa decisão reverteria a privatização das ferrovias conduzida na década de 1990 pelo então governo conservador.
g1
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