Em meio a uma crescente pressão, o presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou nesta sexta-feira (5) que não vai desistir e vai continuar na corrida presidencial. Em evento eleitoral em Wisconsin, Biden disse que "estou concorrendo e vou vencer de novo".
"Deixe-me dizer isso da forma mais clara possível: eu sou o Presidente em exercício dos Estados Unidos, eu sou o candidato do Partido Democrata e eu vou continuar na disputa", disse Biden em discurso.
Pressão e busca por firmeza
Buscando firmeza em meio à crecente pressão por sua desistência, Biden procurou falar alto e com paixão nas breves declarações públicas que fez durante um churrasco na Casa Branca para o 4 de Julho. Ao mesmo tempo que indicou que não vai desistir, continua recebendo pressão de apoiadores e doadores de campanha para abandonar a disputa presidencial.
Nesta quinta-feira, a herdeira da Disney, Abigail Disney, anunciou que vai cortar as doações ao Partido Democrata até que o presidente desista da disputa. Já entre os democratas, cresce o apoio em torno da ideia de que a vice-presidente Kamala Harris assuma o lugar de Biden na eleição de novembro.
O presidente foi o anfitrião das festividades anuais do Dia da Independência, na Casa Branca, nesta quinta-feira — incluindo um churrasco para militares da ativa e suas famílias.
Biden, usando um terno sem gravata, começou seus comentários com um vigoroso "Feliz Dia da Independência!"
Lendo a partir de um teleprompter, o presidente não cometeu erros graves em suas breves declarações. Por outro lado, pareceu sair do roteiro para fazer referência a um cemitério de guerra que Trump se recusou a visitar enquanto estava no cargo.
Enquanto Biden se misturava e tirava selfies com os convidados, alguém gritou para que ele não desistisse. "Não vou a lugar nenhum", respondeu Biden.
Na sexta-feira (5), o presidente dará uma entrevista à ABC News e viajará para Wisconsin no mesmo dia para um comício de campanha.
Dezenas de deputados democratas estão preparados para pedir a Biden que se afaste se ele não tiver uma boa performance na entrevista à ABC, disse uma fonte à Reuters. Inclusive, os democratas veem a conquista do controle da Câmara em novembro como algo crítico.
Biden enfrenta uma nova realidade desde o debate da semana passada — mesmo que ele não vacile verbal ou fisicamente, é provável que persistam sérias preocupações sobre sua viabilidade como candidato. Se ele distorcer as palavras ou parecer desconcentrado ou confuso, enfrentará uma pressão renovada para desistir.
As pesquisas de opinião mostraram um leve revés para Biden após o debate da semana passada em Atlanta. Ainda assim, um novo levantamento Reuters/Ipsos apontou Biden empatado com Trump, um sinal de que a disputa continua acirrada.
Trump e Biden tiveram, cada um, 40% de apoio entre os eleitores registrados na pesquisa de dois dias concluída na terça-feira (2). Levantamento anterior da Reuters/Ipsos, realizada em 11 e 12 de junho, mostrou Trump com uma vantagem marginal de 2 pontos percentuais: 41% a 39%.
Em uma entrevista com Earl Ingram, do programa de rádio "The Earl Ingram Show", na quarta-feira (3), Biden disse que continuará lutando.
"Eu fiz besteira, cometi um erro. Foram 90 minutos no palco. Veja o que eu fiz nos últimos três anos e meio", disse ele.
Biden se reuniu com um grupo de governadores democratas na quarta-feira na Casa Branca para defender sua permanência na disputa. Alguns disseram aos repórteres que estão ao lado do presidente.
g1
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