Os confrontos registrados na Catalunha na segunda-feira (14) deixaram 40 policiais e 131 manifestantes feridos. No aeroporto El Prat, em Barcelona, um manifestante perdeu o olho e um outro, parte dos testículos.
Os protestos continuam nesta terça-feira (15) contra a decisão da Suprema Corte da Espanha de determinar penas de 9 a 13 anos de prisão para os líderes catalães envolvidos na fracassada tentativa de independência da região. Foram bloqueadas rodovias e ferrovias que dão acesso a Barcelona.
Por causa dos protestos, 45 voos foram cancelados nesta terça no El Prat, outros 110 voos já tinham sido cancelados na segunda, segundo a Reuters.
O terminal aéreo foi palco de um confronto logo depois da divulgação da sentença de prisão para nove líderes catalães. Dos 131 feridos, 115 se feriram no aeroporto. Um manifestante perdeu o olho após ser atingido por uma bala de borracha ou alguma outra arma não-letal.
Um outro manifestante perdeu 40% da massa testicular no confronto com as forças de segurança no terminal 1, segundo relato dos organizadores do protesto ao jornal “El Mundo”.
Condenações
A Suprema Corte da Espanha absolveu todos réus, que já estavam presos, da acusação mais grave, a de rebelião, os nove foram condenados a penas de prisão que vão de 9 a 13 anos por sedição (uma forma mais branda de rebelião contra autoridade). Três outros réus foram absolvidos da acusação de malversação de dinheiro público e não foram condenados ao cárcere.
O principal ausente nesse julgamento é o ex-presidente catalão Carles Puigdemont, que ele mora na Bélgica para fugir da justiça espanhola após a fracassada declaração de independência da Catalunha. Em caso de crimes graves, a Justiça espanhola não julga à revelia.
Porém, em uma outra decisão, o juiz Pablo Llarena emitiu um novo mandado de prisão internacional contra Puigdemont "por crimes de sedição e desvio de recursos públicos".
Tentativa de independência
A sentença contra os separatistas volta a colocar a questão da Catalunha no centro do debate político, a menos de um mês de novas eleições nacionais legislativas, em 10 de novembro.
A ofensiva independentista da Catalunha atraiu a atenção do mundo, provocou a maior crise política espanhola em décadas e causou apreensão nos mercados financeiros.
Em 1º de outubro de 2017, os independentistas organizaram um referendo para decidir sobre a independência da região, que tinha sido proibido pela Justiça espanhola. O resultado da votação foi amplamente favorável à separação da Catalunha apesar do forte esquema judicial para impedir a sua realização.
Em 27 de outubro, os separatistas catalães proclamaram uma república independente, de forma unilateral. Horas mais tarde, o governo espanhol, então dirigido pelo conservador Mariano Rajoy, destituiu em bloco o Executivo de Puigdemont, dissolveu o Parlamento catalão e suspendeu a autonomia da região.
G1
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