A China iniciou, na manhã desta quinta-feira (23) dois dias de exercícios militares em torno da ilha de Taiwan, como "forte punição pelos atos separatistas" no território, anunciou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Os exercícios ocorrem três dias após Lai Ching-te tomar posse como novo presidente da ilha, que o governo chinês reivindica como parte de seu território. Pequim chamou Lai de "um separatista perigoso" que levará "guerra e declínio" para a ilha.
"As forças de independência de Taiwan ficarão com as cabeças quebradas e sangue escorrendo após a colisão com a grande... tendência de a China alcançar a unificação completa", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.
O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou, durante as manobras chinesas, que 28 aviões militares de Pequim cruzaram o Estreito de Taiwan, o que significa uma invasão do espaço aéreo taiwanês. A China negou.
Segundo a Xinhua, o porta-voz militar Li Xi disse que os exercícios se concentraram em "patrulha conjunta de prontidão para combate marítimo e aéreo, apreensão conjunta do controle abrangente do campo de batalha e ataques de precisão conjuntos em alvos chave".
Li acrescentou que os exercícios "envolvem a patrulha de embarcações e aviões se aproximando de áreas ao redor da ilha de Taiwan e operações integradas dentro e fora da cadeia de ilhas para testar as capacidades conjuntas de combate real das forças do comando".
O porta-voz disse que os exercícios também serviriam como "forte punição pelos atos separatistas das forças da 'independência de Taiwan' e um aviso severo contra a interferência e provocação por forças externas", relatou a Xinhua.
A agência de notícias de Pequim informou que os exercícios também ocorreriam em torno das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin.
Provocações
O Ministério da Defesa de Taiwan condenou "firmemente as ações e provocações irracionais que minam a paz e a estabilidade regionais".
"Mobilizamos forças marítimas, aéreas e terrestres para responder e defender a liberdade, democracia e soberania" da ilha, acrescentou.
Em seu discurso de posse, Lai pediu à China para interromper "a intimidação política e militar contra Taiwan" e "manter a paz e estabilidade".
A última vez que a China anunciou exercícios militares semelhantes em torno de Taiwan foi em agosto, por ocasião de uma escala de Lai nos Estados Unidos durante uma viagem ao Paraguai.
Na ocasião, a imprensa estatal também indicou que o objetivo das manobras era testar a capacidade do Exército de "tomar o controle de espaços aéreos e marítimos" e de lutar "em condições de combate reais".
Tanto Lai quanto sua antecessora Tsai Ing-wen defenderam firmemente o modelo democrático da ilha contra Pequim, que respondeu aumentando a pressão política e militar contra Taipé.
Embora tenha pouco reconhecimento diplomático internacional, Taiwan se tornou um ator fundamental da economia mundial como centro de fabricação de tecnologia, principalmente de semicondutores.
Além disso, o estreito que separa a ilha da China continental é uma das principais vias do comércio marítimo internacional, por onde passam mais de 50% dos contêineres transportados no mundo.
France Presse
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