Soldados israelenses invadiram o complexo do Hospital Al Shifa, em Gaza, na madrugada de segunda-feira (18), em uma operação que, segundo as autoridades de saúde palestinas, causou várias vítimas e provocou um incêndio em um dos prédios.
O Exército havia pedido à população civil que abandonasse "imediatamente" a área do hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza, cenário de bombardeios desde o amanhecer.
"Para todos aqueles que existem ou estão deslocados em Rimal e os deslocados em Al Shifa e seus arredores: vocês estão em uma zona de combate perigosa. A força israelense está operando duramente em suas áreas residenciais para destruir a infraestrutura terrorista", disse a nota, ordenando que as pessoas tomassem a estrada costeira em direção a Al-Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.
Testemunhas afirmaram à AFP que panfletos com esta informação foram lançados na área.
Al Shifa, o maior hospital da Faixa de Gaza antes da guerra, é agora uma das únicas instalações de saúde que está parcialmente operacional no norte do território, e também está abrigando centenas de civis deslocados.
Os militares israelenses disseram que os soldados conduziram uma "operação precisa" com base na informação de que o hospital estava sendo usado por líderes seniores do grupo terrorista Hamas, e foram alvejados quando entraram no complexo.
"Nas últimas horas, os soldados identificaram terroristas atirando contra eles a partir de vários edifícios do hospital. Os soldados responderam aos terroristas e atingiram vários deles", afirmou o Exército.
OMS se diz preocupada
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, criticou a ação de Israel no Al Shifa.
"Hospitais jamais devem ser campos de batalha. Nós estamos terrivelmente preocupados com a situação no Hospital Al-Shifa em Gaza, qua está colocando em risco profissionais de saúde, pacientes e civis", disse Tedros, em nota publicada em suas redes sociais. Ele afirma também que só recentemente o Al Shifa retomou minimamente suas operações.
Segundo os moradores do bairro de Al Rimal, onde fica o hospital, mais de 45 tanques e veículos blindados de transporte de tropas entraram na área do centro médico.
Vítimas civis
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que um incêndio começou na entrada do complexo hospitalar, causando casos de sufocamento entre mulheres e crianças que se abrigavam no hospital. Afirmou que a comunicação foi interrompida, com as pessoas presas dentro das unidades de cirurgia e emergência de um dos prédios.
"Há vítimas, incluindo mortos e feridos, e é impossível resgatar qualquer pessoa devido à intensidade do fogo e à mira de quem se aproxima das janelas", disse o ministério.
Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, o Exército israelense efetuou operações em diversos hospitais do território palestino, interrompendo o atendimento médico em diversas cidades de Gaza. O governo israelense acusa o movimento islamista palestino de utilizar as instalações médicas como centros de comando.
Jornalista da Al Jazeera foi levado pelos soldados
A Al Jazeera, um grupo de comunicação do Catar, afirmou em uma nota que as forças israelenses prenderam e agrediram o correspondente Ismail al-Ghoul, que trabalha para a rede que estava enviando notícias do hospital.
Al-Ghoul estava no hospital nesta segunda-feira pela manhã para cobrir a ação das forças israelenses.
De acordo com a Al Jazeera, o jornalista foi levado para longe pelas forças israelenses, que também destruíram um carro de reportagem que estava no local.
O hospital servia como base de trabalho para jornalistas, segundo a rede do Catar.
g1
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.