Em sua primeira aparição pública após vencer as eleições presidenciais na Rússia, Vladimir Putin agradeceu aos eleitores e disse que seu país não será "intimidado" nem "suprimido".
"Nunca ninguém conseguiu fazer isso na história. Isso não funcionou hoje e não funcionará no futuro. Nunca", assegurou Putin em um discurso televisionado.
O presidente reeleito também falou sobre a morte do seu opositor Alexei Navalny e disse ter concordado com uma troca de prisioneiros envolvendo Navalny antes de sua morte na prisão em fevereiro.
Putin também disse que a morte do opositor é "um acontecimento triste" e que a principal condição para a troca era que Navalny não retornasse à Rússia.
Navalny foi um dos adversários mais ferozes de Putin, cujo aliados acusam o presidente russo de ter ordenado o assassinato do opositor. O Kremlin nega.
Putin foi reeleito neste domingo (17) em uma vitória esmagadora após três dias de votação. Na prática, já era esperado que ele fosse eleito. Isso porque não havia outros concorrentes com real chance de vitória.Os outros três candidatos, todos deputados, são considerados fantoches — eles votaram a favor da guerra na Ucrânia no Parlamento e já fizeram declarações públicas de apoio a Putin.
O presidente também agradeceu aos russos que compareceram para votar, dizendo que o resultado da eleição presidencial permitiria que a sociedade russa se consolidasse e se tornasse mais forte.
"Quero agradecer antes de tudo aos cidadãos, somos todos uma única equipe, a todos os cidadãos da Rússia que foram às urnas e votaram",
O discurso foi transmitido pela rede de TV estatal na noite deste domingo, após os resultados parciais mostraram que ele havia vencido com uma vitória recorde pós-soviética.
Putin disse ainda que os protesto contra ele, inspirados em Alexei Navalny, líder da oposição ao mandatário, não tiveram efeito e que as pessoas que impediram outras de votar por meio de atos de vandalismo devem ser punidas.
Em recado à Ucrânia, Putin afirmou que as forças armadas da Rússia avançam em território ucraniano todos os dias e que as forças de Moscou detêm a iniciativa no campo de batalha.
O presidente também comentou os casos de vandalismo em locais de votação: "aqueles que estragaram os papeis [cédulas] de votação serão tratados de acordo com a lei".
Pelo menos meia dúzia de casos de vandalismo em locais de votação foram relatados na sexta (15) e no sábado (16).
O primeiro dia de votação foi marcado por Incidentes. Uma mulher ateou fogo a uma cabine de votação no distrito de Maryno, em Moscou, onde Alexei Navalny já morou. Se acusada, a mulher pode enfrentar uma punição máxima de cinco anos de prisão. Um caso criminal foi aberto para apurar o caso.
Em outro local de votação, uma mulher despejou um frasco de tinta em uma urna de votos e foi imediatamente detida por policiais. As imagens de câmera flagram a ação, realizada calmamente pela suspeita.
Uma mulher jogou um coquetel molotov contra uma escola de São Petesburgo, que serve como local de votação. Ela foi detida logo após o incidente.
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