O Kremlin disse nesta quinta-feira (14) que os comentários sobre armas nucleares feitos pelo presidente russo, Vladimir Putin, em uma entrevista à mÃdia estatal não constituÃram uma ameaça de usá-las e acusou os Estados Unidos de deliberadamente tirar as falas de Putin de contexto.
Como detém o controle total da polÃtica russa, Putin deve ser reeleito neste fim de semana para mais seis anos de mandato. Ele exerce as funções de primeiro-ministro e presidente desde 1999 e, com a vitória no pleito, deverá completar mais de 30 anos no poder.
Putin afirmou na entrevista publicada na quarta-feira que a Rússia estava tecnicamente pronta para uma guerra nuclear e que se os EUA enviassem tropas para a Ucrânia, isso seria considerado uma escalada significativa do conflito.
Ao falar sobre as palavras de Putin, a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre disse aos repórteres que Washington entendeu que o lÃder russo estava reafirmando a doutrina nuclear de Moscou, mas acusou a Rússia de usar uma retórica nuclear "imprudente e irresponsável" durante o conflito na Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou nesta quinta que Putin estava apenas respondendo às perguntas de um jornalista sobre o assunto e reafirmando as circunstâncias já bem conhecidas nas quais a Rússia seria teoricamente forçada a usar armas nucleares.
Peskov também chamou a atenção para o fato de que Putin disse na mesma entrevista que a ideia de usar armas nucleares táticas na Ucrânia nunca havia passado pela sua cabeça.
Questionado sobre os comentários da Casa Branca, Peskov disse: "Isso foi deliberadamente tirar algo do contexto. Putin não fez nenhuma ameaça sobre o uso de armas nucleares nessa entrevista. O presidente estava apenas falando sobre os motivos que poderiam tornar inevitável o uso de armas nucleares."
"Esses são os motivos declarados em nossos documentos relevantes, que são bem conhecidos em todo o mundo. Além disso, todos no Ocidente deixaram de notar deliberadamente suas palavras de que nunca lhe ocorreu usar armas nucleares táticas (na Ucrânia), apesar das várias situações que se desenvolveram durante os combates."
"Isso é uma distorção deliberada do contexto e uma falta de vontade de ouvir o presidente Putin", completou.
Reuters
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