A lÃder da oposição venezuelana ao governo de Nicolás Maduro, MarÃa Corina Machado, afirmou nesta quarta-feira (6) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "valida" abusos do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e fez crÃticas a uma fala do presidente brasileiro sobre não ter ficado "chorando" ao ser removido das eleições de 2018.
A declaração de Lula foi dada em resposta a uma pergunta sobre as eleições que vão ocorrer no fim de julho na Venezuela deu as declarações pelo fato de ela ser mulher.
"Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro", escreveu Corina em uma rede social.
"Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar. A única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo", continuou a polÃtica venezuelana.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência negou que o comentário do presidente tivesse sido direcionado a Corina. "O presidente Lula não fez afirmação sobre ninguém especificamente. Ele não disse que ninguém ficou chorando. Apenas que ele não chorou, relatando a situação que ele próprio viveu. O presidente Lula apoiou a primeira presidenta mulher brasileira, Dilma Rousseff em 2010, então o comentário mostra que ela não conhece o presidente e faz uma ilação sem base", diz o texto.
'Chorando'
O presidente brasileiro foi questionado esta quarta-feira sobre se acreditava que as eleições marcadas no paÃs vizinho serão "justas" e disse que em 2018 não ficou 'chorando' ao ser impedido de disputar eleições
"Eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018. Em vez de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato, e ele disputou as eleições", disse Lula.
Questionado sobre a lisura da votação, Lula disse que, se a oposição no paÃs se comportar de forma similar à brasileira, "nada vale".
"Se o candidato da oposição tiver o mesmo comportamento do nosso aqui, sabe, nada vale", afirmou Lula no Palácio do Planalto, antes de receber o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez.
Eleições na Venezuela
A data escolhida para as eleições na Venezuela coincide com o aniversário de Hugo Chávez, ex-presidente do paÃs que ficou no poder de 1999 até sua morte, em 2013. Tradicionalmente, as eleições no paÃs acontecem em dezembro. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão controlado pelo governo, foi responsável por escolher a data.
O atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, herdeiro polÃtico do chavismo e que está no poder desde a morte de Chávez, deve concorrer à reeleição.
Em outubro do ano passado, o governo da Venezuela e a oposição chegaram a um acerto sobre as eleições e assinaram um documento chamado Acordo de Barbados, que estabelece diretrizes de como a votação deve ocorrer.
No entanto, em janeiro, meses depois da assinatura do Acordo de Barbados, o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo de Maduro, inabilitou MarÃa Corina Machado, atualmente a principal polÃtica de oposição do paÃs.
No inÃcio de fevereiro, foi a vez de a ativista RocÃo San Miguel ser presa, considerada terrorista e traidora da pátria pelo governo Maduro. Segundo a ONG Provea, só neste ano, 36 conhecidos opositores ao governo venezuelano foram presos.
No mês passado, o governo Maduro também suspendeu as atividades do escritório do comissário de Direitos Humanos da ONU e expulsou funcionários do paÃs. Pesquisadores venezuelanos afirmam que o governo persegue adversários e que não há garantia de lisura nas eleições.
g1
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