Uma mina a céu aberto operada ilegalmente em uma área remota do sudeste da Venezuela desabou na tarde de terça-feira (20), atingindo dezenas de pessoas trabalhavam no local. O número total de vítimas ainda não foi determinado pelos socorristas nesta quarta (21).
O desmoronamento ocorreu na tarde de terça, quando diversos mineiros trabalhavam na mina, localizada no município de Angostura, estado de Bolívar, a cerca de 460 quilômetros da capital Caracas. Segundo a agência de notícias Associated Press, o acidente deixou mortos, feridos e trabalhadores presos nos escombros.
Conhecida como "Bulla Loca", a mina é acessível apenas após horas de viagem em pequenas embarcações. Devido à dificuldade das equipes de resgate chegarem ao local, ainda não foi possível fazer um balanço de vítimas do colapso da mina, segundo o Ministério da Comunicação da Venezuela.
O prefeito de Angostura, Yorgi Arciniega, disse na terça à noite que planejava levar "cerca de 30 caixões" para La Paragua, a comunidade mais próxima da mina, mas não confirmou o número de mortos.
Segundo a AFP, inicialmente o governo regional anunciou apenas duas mortes e dois feridos. Entretanto, o prefeito Yorgi Arciniega informou à AFP que "neste momento, não temos um número exato. Fala-se em 25 mortos e 15 feridos".
A região de Angostura é de difícil acesso, repleta de pequenos lagos, pântanos e rios importantes como o Caroní, que abastece Guri, o maior complexo hidrelétrico do país.
Na Venezuela, proliferam minas de ouro, cobre, diamantes e outros metais preciosos, mas em muitas delas os trabalhadores realizam suas atividades em condições precárias de segurança.
Região de garimpos e desabamentos
Em dezembro de 2023, outro desabamento de mina também no estado de Bolívar deixou 12 mortos.
Outro desabamento de mina também matou outras 12 pessoas, em junho de 2023. Outras 112 pessoas sobreviveram a esse colapso.
Bolívar é um estado mineiro. Na região fica o Arco Mineiro do Orinoco, uma área de 112.000 km² com grandes reservas de ouro, diamantes, ferro, bauxita, quartzo e coltan, que abrange uma parte da Amazônia.
A faixa é explorada pelo governo, mas também por grupos ilegais e criminosos.
Segundo a ONG Provea, na região mineira da Venezuela também trabalham crianças e mulheres por "longas e extenuantes horas" sem equipamento de proteção e em condições inseguras.
Associated Press
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