Novembro 24, 2024

Suspeitos de planejar ato terrorista em evento esportivo judaico na Argentina são soltos por falta de provas

Três homens que foram detidos há duas semanas durante um evento esportivo judaico na Argentina e eram associados a uma "possível célula terrorista" foram libertados por falta de provas, disseram nesta terça-feira (16) fontes judiciais à agência de notícias AFP.

Em 30 de dezembro, o governo anunciou a prisão de três pessoas, uma de origem sírio-libanesa, recém-chegada ao país com passaportes da Venezuela e Colômbia, e dois argentinos suspeitos de planejar um ataque durante os Jogos Macabeus, que reuniram 4.000 atletas em Buenos Aires, segundo a imprensa local.

A juíza federal María Eugenia Capuchetti, de Buenos Aires, libertou os suspeitos e afirmou em sua decisão que "até o momento, não foram apresentados elementos de prova que permitam corroborar a hipótese investigada e que formaram a imputação mencionada".

A juíza determinou que, enquanto a investigação estiver em andamento, os três devem comparecer ao seu tribunal uma vez por mês.

Os homens foram detidos pela Polícia Federal argentina em diferentes endereços. Os três eram supostos destinatários de um "pacote de 35 quilos" vindo do Iêmen, disse a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, à imprensa.

No entanto, na Justiça não conseguiram comprovar a existência da suposta encomenda (o pacote) que chegaria ao país e que foi mencionada nas informações que deram início à investigação.

O sírio libertado é o professor de tênis de mesa Naem Chatay Chasan, e os argentinos são o cabeleireiro Ramón Domínguez e um autodenominado "agente inorgânico" de inteligência dos Estados Unidos, Juan Manuel Ledesma, conhecido como "El Rubio" (o loiro), que alertou sobre os outros dois investigados.

Bullrich havia baseado as prisões preventivas em informações recebidas dos serviços de inteligência dos EUA e de Israel, e de organismos de segurança da Colômbia, sobre três pessoas que ingressariam no país por diferentes aeroportos.

A informação foi amplamente divulgada no país. A Argentina tem a maior comunidade judaica da América Latina e lá houve dois graves atentados com bomba:

Atentado contra a embaixada de Israel, em 1992, que causou 29 mortes.

Atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 85 mortos.

O governo afirmou que um dos motivos que alertou as autoridades antes das prisões foi que os três suspeitos haviam reservado um quarto de hotel perto da embaixada de Israel.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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