Após Estados Unidos e Reino Unido atacarem alvos do grupo rebelde Houthis do Iêmen na quinta-feira (11), o ministro das Forças Armadas britânicas, James Heappey, afirmou nesta sexta-feira (12) que a ação foi um "ato de legítima defesa".
Heappey e o porta-voz do Pentágono, , Patrick Ryder, disseram também nesta sexta que a missão foi um ataque isolado e não há planos de novas incursões.
"A ação foi uma resposta limitada, proporcional e isolada", declarou James Heappey, que disse ainda que Londres e Washington estão atentados para que ação "não cause uma escalada regional”.
O porta-voz do Houthis, Mohammed Abdulsalam, afirmou que o grupo continuará os ataques a navios com destino a Israel no Mar Vermelho e que a operação contra alvos do grupo é "injustificada".
As Forças Marítimas Combinadas, aliança de forças marítimas internacionais, emitiu um alerta a companhias que operam no Mar Vermelho para que não naveguem pela região.
As fortes explosões atingiram a capital Sanaa e outras cidades durante a madrugada de sexta-feira (12), pelo horário local — noite de quinta-feira (11), no Brasil. A operação acontece um dia após o grupo rebelde realizar o maior ataque nas rotas comerciais do Mar Vermelho desde 19 de novembro.
Também nesta sexta, o Irã, a Rússia e o Omã condenaram o ataque conduzido pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, afirmou que os bombardeios conduzidos contra os Houthis atingiram várias cidades do Iêmen.
Horas após o ataque, a Rússia afirmou que solicitou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidos para discutir o bombardeio.
Também nesta sexta, protestos contra os ataques tomaram as ruas de Sanaa.
Ataques no Mar Vermelho
A ação conduzida pelos Estados Unidos e o Reino Unido, nesta sexta-feira, foi feita via água e ar, com o uso de submarinos, navios e aeronaves.
Esses foram os primeiros bombardeios contra o grupo desde que os rebeldes começaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho, no fim de 2023.
Nas últimas semanas, militantes do grupo rebelde, apoiados pelo Irã, vêm fazendo uma série de ataques contra navios comerciais em protesto contra bombardeios de Israel na Faixa de Gaza. Além disso, os houthis controlam boa parte do Iêmen.
Desde novembro, pelo menos 27 ataques conduzidos pelo grupo rebelde contra navios foram registrados na região. Em dezembro, por exemplo, um navio norueguês foi atacado por um míssil, na costa do Iêmen.
O grupo prometeu continuar os ataques até que Israel interrompa o conflito em Gaza e alertou que atacaria navios de guerra dos EUA se o próprio grupo de milícia fosse alvo.
Os ataques houthis perturbaram o comércio internacional na principal rota entre a Europa e a Ásia, que representa cerca de 15% do tráfego marítimo mundial.
Várias companhias de transporte marítimo suspenderam operações, preferindo o trajeto mais longo em torno da África.
g1
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