A Polônia afirmou nesta sexta-feira (29) suspeitar que um míssil russo tenha atingido seu espaço aéreo. O artefato, segundo as suspeitas do governo polonês, estaria a caminho da vizinha Ucrânia, onde a Rússia fez um ataque massivo e combinado em várias cidades nesta manhã.
Caso a versão seja confirmada, o caso pode ser a primeira invasão de um míssil da Rússia em um território da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a Polônia faz parte. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, se disse preocupado pelo episódio.
A aliança prevê respostas militares em caso de invasão a qualquer país membro.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que o episódio "é um duro lembrete para o mundo de que os objetivos de (Vladimir) Putin permanecem os mesmos".
No início da manhã, a Polônia disse ter registrado um objeto voador não identificado dentro de seu espaço aéreo. Mais tarde, o chefe do Estado Maior do Exército, o general Wieslaw Kukula, afirmou que um míssil russo era a principal suspeita.
"Tudo indica que um míssil russo entrou no espaço aéreo polonês. Nós detectamos com um radar. E depois saiu do espaço aéreo em direção à Ucrânia", Kukula.
A Rússia ainda não havia se manifestado sobre a suspeita até a última atualização desta reportagem.
Ataque massivo
Nesta sexta, um ataque massivo e combinado da Rússia contra várias regiões da Ucrânia deixou 18 pessoas mortas e 60 feridas. Explosões foram reportadas ao longo da madrugada na capital Kiev e em outras cidades grandes, como Kharkiv e Lviv.
A Força Aérea da Ucrânia afirmou que a Rússia usou misseis de cruzeiro, balísticos e hipersônicos, além de drones, durante o ataque desta sexta-feira.
Segundo Ministério da Defesa ucraniano, forças russas lançaram 158 mísseis contra a Ucrânia, bem acima da média dos ataques perpetrados ao longo do ano. Entre os alvos bombardeados, estão maternidades, escolas, shoppings e residências, de acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Zelesnky prometeu resposta ao que chamou de "ataque terrorista".
Entre os mortos, dez ficaram presos em escombros em Kiev, e outras duas pessoas morreram após uma área residencial ser atingida por mísseis em Odessa, no sul do país. As outras seis vítimas estavam em Dnipro e Kharkiv.
"Infelizmente, houve mortes e feridos como resultado dos ataques. Certamente responderemos aos ataques terroristas. E continuaremos a lutar pela segurança de todo o nosso país", escreveu Zelensky em uma rede social.
À imprensa russa, o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, confirmou o ataque em série, mas alegou que apenas alvos militares foram atacados.
O governo ucraniano negou e disse ainda que a Rússia mirou também infraestruturas sociais, uma tática que tropas de Moscou usaram ao longo de 2023 para tentar desestabilizar cidades da Ucrânia.
Danos
O Ministério da Energia da Ucrânia afirmou que quatro regiões do país estão ficaram sem luz por causa dos ataques.
Guerra na Ucrânia
O ataque encerra um ano em que ambos os lados não conseguiram avançar de forma significativa. A contraofensiva da Ucrânia, respaldada por um forte apoio militar dos Estados Unidos e da Europa, avançou menos do que o esperado.
Já a Rússia, de acordo com o Instituto para o Estado da Guerra, dos Estados Unidos, conseguiu manter a maior parte dos territórios conquistados em 2022.
Atualmente, tropas russas controlam cerca de 20% do território ucraniano.
g1
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