O acordo fechado entre Venezuela e Guiana em São Vicente e Granadinas, nesta quinta-feira (14), proíbe ameaças e o uso da força no conflito envolvendo Essequibo. Além disso, representantes dos dois países concordaram em se reunir no Brasil nos próximos meses.
O conflito começou após a Venezuela fazer um referendo e anunciar que iria incorporar ao próprio território uma área que faz parte da Guiana, conhecida como Essequibo.
O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, afirmou que o presidente de Guiana, Irfaan Ali, e o da Venezuela, Nicolás Maduro, concordaram em evitar uma escalada no conflito.
Os dois líderes também se comprometeram em dialogar para resolver assuntos pendentes relacionados à disputa territorial.
Uma declaração final de três páginas sobre o encontro foi divulgada na noite desta quinta-feira. Entre os pontos acordados por Venezuela e Guiana estão:
Diálogo
A possibilidade de um diálogo entre as partes só chegou quando, após uma conversa por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Maduro falou sobre a necessidade de dialogar com a Guiana.
No sábado (9), o presidente da Guiana e o premiê de São Vicente e Granadinas anunciaram o encontro e disseram que o presidente Lula também foi convidado para a reunião, para participar como observador — mas Brasília optou por enviar Celso Amorim.
Em carta endereçada nesta semana ao premiê de São Vicente e Granadinas, o líder venezuelano defendeu o diálogo para resolver a crise — a Venezuela reivindica o território de Essequibo, uma área maior que a Inglaterra e o estado do Ceará que atualmente faz parte da Guiana. Na semana passada, seu governo realizou um referendo sobre a anexação da região.
Disputa
O território de Essequibo é disputado por Venezuela e Guiana há mais de um século. Desde o século 19, a região estava sob controle do Reino Unido, que adquiriu o controle da Guiana em um acordo com a Holanda. A área representa 70% do atual território da Guiana, e lá moram 125 mil pessoas.
Na Venezuela, a área é chamada de Guiana Essequiba. É um local de mata densa e, em 2015, foi descoberto petróleo na região.
Estima-se que na Guiana existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é "offshore", ou seja, no mar, perto de Essequibo. Por causa do petróleo, a Guiana é o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.
Tanto a Guiana quanto a Venezuela afirmam ter direito sobre o território com base em documentos internacionais:
g1
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