A diretora de Orçamento da Casa Branca alertou, nesta segunda-feira (4), ao Congresso dos Estados Unidos que não chegar a um acordo sobre novos fundos para a Ucrânia antes do fim do ano "enfraqueceria" Kiev no campo de batalha.
Em uma carta ao presidente da Câmara de Representantes, a diretora do Gabinete de Gestão e Orçamento, Shalanda Young, disse que o tempo está se esgotando rápido para apoiar a luta da Ucrânia contra a invasão russa.
"Quero ser clara: sem ação do Congresso, até o final do ano ficaremos sem recursos para adquirir mais armas e equipamento para a Ucrânia", escreveu Young. "Cortar o fluxo de armas e equipamentos americanos afundará a Ucrânia no campo de batalha", acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Congresso em outubro que aprovasse US$ 106 bilhões (R$ 521 bilhões, na cotação atual) em financiamento para a segurança nacional, incluindo apoio à Ucrânia e à guerra de Israel contra o Hamas.
Mas o Congresso está paralisado há meses devido às disputas internas republicanas, e os legisladores de parte da direita se opõem particularmente a qualquer ajuda adicional a Kiev à medida que a guerra se arrasta.
O novo presidente republicano da Câmara, Mike Johnson, um aliado pouco conhecido do ex-presidente Donald Trump, assumiu o cargo em outubro, depois que seu antecessor, Kevin McCarthy, foi deposto.
Sob o mandato de Johnson, o Congresso evitou por pouco uma paralisação do governo durante o feriado de Ação de Graças, em novembro, mas o acordo para manter as luzes acesas até meados de janeiro deixou de fora a ajuda aos principais aliados dos EUA.
A carta da diretora de Orçamento da Casa Branca afirma que janeiro será tarde demais e os fundos para a Ucrânia já estarão esgotados. "Não existe nenhum fundo mágico disponível para lidar com este momento. Estamos sem dinheiro... e quase sem tempo", alertou Young.
Na sua opinião, a incapacidade de chegar a um acordo sobre mais financiamento não só põe em risco as conquistas da Ucrânia até hoje, mas aumenta as chances de vitórias militares russas. "Este não é o problema do próximo ano. A hora de ajudar uma Ucrânia democrática a combater a agressão russa é agora. É hora de o Congresso agir", escreveu.
A Ucrânia tem pressionado por mais ajuda externa, à medida que as forças russas intensificam os ataques no leste depois de deter a contraofensiva de Kiev.
À medida que a guerra entra no seu terceiro inverno (hemisfério norte), a linha da frente permaneceu praticamente estática durante o último ano, apesar de um reforço maciço das forças ucranianas com equipamento militar ocidental nos meses de calor.
AFP
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