Israel aceitou realizar pausas 'militares' de quatro horas por dia no norte de Gaza para permitir que as pessoas fujam das hostilidades, disse a Casa Branca nesta quinta-feira (8).
“Os israelenses nos disseram que não haverá operações militares nestas áreas durante a pausa e que este processo começa hoje”, disse John Kirby porta-voz da Casa Branca.
As pausas, que serão anunciadas com três horas de antecedência, surgiram de discussões entre autoridades dos EUA e de Israel nos últimos dias, incluindo conversas que o presidente dos EUA, Joe Biden, teve com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acrescentou Kirby.
Kirby considerou a notícia um "passo na direção certa".
“Achamos que estes são primeiros passos significativos aqui e obviamente queremos que continuem enquanto forem necessários”, acrescentou.
De acordo com a CNN, as pausas acontecerão em vizinhanças e bairros específicos.
Israel destacou que as pausas não significam o fim do conflito com o Hamas.
"Não há cessar-fogo, repito, não há cessar-fogo. O que estamos fazendo, essa janela de quatro horas, são pausas táticas e locais para ajuda humanitária", disse o porta-voz do Exército, tenente-coronel Richard Hecht.
O Departamento de Estado dos EUA disse dois corredores humanitários permitirão que as pessoas fujam de áreas de hostilidades no norte de Gaza, acrescentando que é fundamental que os suprimentos humanitários e a assistência sejam expandidos nas áreas para onde as pessoas estão se movendo.
Outras negociações
Também segundo a Casa Branca, Biden está pressionando Netanyahu a fazer pausas humanitárias e pediu "uma pausa de mais de três dias" no conflito.
Em Doha, os chefes da CIA e da agência de inteligência Mossad de Israel reuniram-se com o primeiro-ministro do Catar para discutir um possível acordo sobre os reféns, disse uma autoridade dos EUA à Reuters, falando sob condição de anonimato. O Catar serviu como mediador com o Hamas no passado.
O diretor da CIA, Bill Burns, e o chefe do Mossad, David Barnea, estão em Doha "para negociações trilaterais com os catarianos" e trabalham nos "detalhes de uma possível pausa humanitária, que envolveria a libertação dos reféns e a entrada de mais ajuda a Gaza", disse uma fonte à AFP, sob condição do anonimato. "Nos últimos dias, as negociações avançaram em direção a um acordo."
Em Paris, responsáveis de cerca de 80 países e organizações reuniram-se para coordenar a ajuda humanitária a Gaza e encontrar formas de ajudar os civis feridos a escapar ao cerco, agora no seu segundo mês.
“Sem um cessar-fogo, o levantamento do cerco e os bombardeamentos e guerras indiscriminados, a hemorragia de vidas humanas continuará”, disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para os Refugiados, antes do anúncio na Casa Branca.
Israel e o seu principal apoiador, os Estados Unidos, dizem que um cessar-fogo total beneficiaria o Hamas.
g1
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