Em uma nova contraofensiva, a Ucrânia lançou mísseis nesta sexta-feira (22) contra o quartel-general da Rússia na Crimeia, a península ucraniana invadida e anexada por Moscou em 2014.
A Ucrânia confirmou o ataque, anunciado inicialmente pelo Ministério de Defesa russo.
Segundo a pasta, um militar morreu no ataque, é uma das principais ações das forças ucranianas contra a Rússia desde o início da guerra.
Isso porque o alvo dos mísseis funciona com QG de toda a frota russa no mar Negro.
O quartel fica ainda no centro da cidade de Sebastopol, muito frequentada por turistas russos que costumam visitar a península, principalmente durante o verão do Hemisfério Norte. Alguns deles gravaram e divulgaram em redes sociais imagens de fumaça e barulhos de explosões.
Autoridades locais afirmaram ainda que destroços atingiram um teatro no centro da cidade.
A Ucrânia ainda não havia se posicionado sobre a acusação russa até a última atualização desta reportagem. Tem sido de praxe que Kiev não se manifeste sobre mísseis e ataques em solo russo, que, segundo serviços de inteligência do Ocidente, têm sido parte da estratégia de contra-ataque ucraniano.
Ataques ucranianos
Nos últimos meses, uma série de ataques, principalmente com drones atingiram a Crimeia, segundo autoridades russas na península. Moscou culpa Kiev.
Há duas semanas, a região foi bombardeada com mísseis que atingiram navios em reparação em um porto, também segundo Moscou.
Mas a ação militar mais significativa na Crimeia desde o início da guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022, foi uma explosão na única ponte que liga a península ao território russo em outubro de 2022.
O ataque deixou dois mortos, danos para a infraestrutura russa e foi carregado de simbolismo: além de ser um dos primeiros sinais de contraofensiva da Ucrânia, a ponte foi construída pela Rússia após a anexação da Crimeia e inaugurada pessoalmente pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Guerra na Ucrânia
Após mais de um ano e meio de guerra e sem um acordo de paz no horizonte, a guerra da Ucrânia vive um momento de impasse.
Tropas ucranianas, com o apoio de infraestrutura e armas do Ocidente, tentam reconquistar territórios ocupados pela Rússia, principalmente no leste do país, mas relatórios de serviços de inteligência do Ocidente apontam um avanço lento por parte das forças de Kiev.
Em paralelo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tenta angariar mais apoio e verbas do Ocidente. Na quinta-feira (21), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou mais um pacote de ajuda militar à Ucrânia, no valor de US$ 325 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão).
Zelensky, que visita os Estados Unidos e o Canadá esta semana, participou da Assembleia Geral da ONU, na terça-feira (19) em Nova York. No dia seguinte, se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o líder dos EUA.
Nesta sexta, ele foi recebido no Canadá pelo primeiro-ministro do país, Justin Trudeau.
g1
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