O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursou na manhã desta terça-feira (19) durante a 78° Assembleia Geral da ONU em Nova York. O presidente manifestou apoio à Ucrânia, falou sobre uso de combustíveis fósseis e seu impacto nos eventos climáticos extremos, e alertou para perigos do uso de inteligência artificial.
Já era esperado que entre os assuntos tratados por Biden, a Ucrânia tivesse algum destaque. No entanto, apesar de assertivo, o presidente falou muito menos sobre a guerra no leste europeu do que o fez em seu discurso no ano passado. A guerra começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia, sob comando de Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia.
“Os Estados Unidos, junto com os nossos aliados e parceiros em todo o mundo, continuarão a apoiar o corajoso povo da Ucrânia na defesa da sua soberania e integridade territorial – e da sua liberdade", completou.
O chefe Estado norte-americano questionou se os países membros da Carta das Nações Unidas se sentem seguros com a agressão russa à Ucrânia.
"Se permitirmos que a Ucrânia seja dividida, estará garantida a independência de qualquer nação? A resposta é não", disse.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, presente pela primeira vez na assembleia e com discurso programado para esta tarde, aplaudiu o discurso de Biden.
Mudanças climáticas
A maior parte do discurso de Biden foi voltou-se sobre eventos climáticos extremos vivenciados por diversos países em 2023.
O presidente norte-americano usou como exemplos as ondas de calor nos EUA e na China, os incêndios florestais em países da Europa e as inundações na Líbia para falar dos riscos que as populações vivem devido aos efeitos das mudanças climáticas.
"Em conjunto, esses eventos mostram o que pode acontecer com frequência se a dependência de combustíveis fósseis não for reduzida", disse ele.
"Desde o primeiro dia da minha administração, os Estados Unidos trataram esta crise como a ameaça existencial que representa, não apenas para nós, mas para toda a humanidade”, falou.
Os ricos devem fazer mais pelo mundo
Biden também se mostrou preocupado quanto à segurança alimentar e às condições financeiras de países de renda média e pequena.
"Os EUA investiram mais de US$ 100 bilhões para melhorar a segurança alimentar no mundo e combater doenças. Mas nós todos temos que fazer mais. Precisamos preencher as lacunas abertas pela pandemia, precisamos lidar com as dívidas de países de renda média e pequena"
Ele disse acreditar que todo o mundo deve ajudar os países da África a ter maior conectividade e que uma parceria entre os países para transporte de alimentos tem o potencial de aumentar a segurança alimentar de populações necessitadas no continente.
"Nenhuma nação pode enfrentar os desafios do mundo de hoje sozinha", disse.
Perigos da Inteligência Artificial
Durante a reunião, Biden disse que, antes de ser destinada ao público, a inteligência artificial deveria ser segura. "Os governos precisam governar essa tecnologia, não o contrário", afirmou.
Concorrência com a China
Biden também falou sobre a busca dos EUA em gerir a relação com a China nas esferas financeira e industrial para evitar um conflito.
"Quando se trata da China, quero ser claro e consistente. Procuramos gerir de forma responsável a concorrência entre os nossos países para que não se transforme em conflito", comentou.
Sinalizando a concorrência entre os dois países, Biden garantiu que ambos os Estados trabalham para garantir o sucesso das metas traçadas pela ONU quanto às ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).
g1
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