O governo russo admitiu, nesta quarta-feira (30), que a investigação sobre a queda de avião que matou o chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, inclui a possibilidade de o acidente ter sido causado deliberadamente, o primeiro reconhecimento explícito de que ele pode ter sido assassinado.
"É óbvio que diferentes versões estão sendo consideradas, incluindo a versão — vocês sabem do que estamos falando —, digamos, de uma atrocidade deliberada", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
"Vamos aguardar os resultados de nossa investigação russa."
O jato particular da Embraer no qual Prigozhin viajava de Moscou para São Petersburgo, em 23 de agosto, caiu ao norte de Moscou, matando todas as dez pessoas a bordo, incluindo duas outras figuras importantes do grupo Wagner, quatro guarda-costas de Prigozhin e uma tripulação de três pessoas.
A causa ainda não está clara, mas moradores próximos ao local disseram à Reuters que ouviram um estrondo e depois viram o jato despencar no chão.
O avião caiu exatamente dois meses após Prigozhin ter assumido o controle da cidade de Rostov, no sul do país, no fim de junho, o que foi o início de um motim que abalou as bases da Rússia do presidente Vladimir Putin.
A Rússia informou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Brasil, que não investigará o acidente do jato Embraer, de fabricação brasileira, de acordo com as regras internacionais "no momento", disse a agência brasileira à Reuters.
Questionado sobre esse relato, Peskov declarou: "Em primeiro lugar, a investigação está em andamento, o Comitê de Investigação está envolvido nisso".
"Nesse caso, não se pode falar de nenhum aspecto internacional", disse ele.
Reuters
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