Novembro 25, 2024

Rússia e China fazem manobras conjuntas no Pacífico, e Japão envia caças por suspeita de espionagem

Em retomada de uma parceria anunciada no fim do ano passado, Rússia e China realizaram nesta sexta-feira (18) manobras navais conjuntas no Oceano Pacífico, anunciou o Ministério da Defesa russo.

China e Rússia vêm ensaiando uma parceria militar desde o fim do ano passado, e a entrada de Pequim na guerra, através do envio de drones e artilharia, é um cenário apontado como provável por instituto de estudos de guerra do Ocidente.

Como reação às manobras, o Japão enviou à região dois caças para monitorar duas aeronaves russas de coleta de informações que, segundo Tóquio, foram avistadas entre o Mar do Japão e o Mar da China Oriental, perto do espaço aéreo japonês.

Na quinta-feira (17), o Japão disse também ter avistado navios de guerra russos e chineses cruzando as águas entre as ilhas japonesas de Okinawa e Miyako, no sul do país.

Moscou não se manifestou sobre as acusações, mas, em nota, o Ministério da Defesa russo disse que apenas navios de guerra dos dois países participaram da manobra, no Mar da China Oriental, que costeia a China, o sul do Japão e Taiwan.

Segundo a pasta, as frotas realizaram:

  • Manobras contra ataques aéreos;
  • Treinamentos de resgate;
  • Aperfeiçoamento de técnicas de decolagem;
  • Pouso de helicópteros nos navios;
  • Exercícios contra ataques submarinos;
  • Resistência a ataque aéreo;
  • Transferência de carga militar.

"Um destacamento de navios da Marinha russa e da Marinha do ELP (Exército de Libertação Popular da China) praticaram exercícios conjuntos", disse uma nota do ministério russo.

Na manobra exercícios, a frota conjunta navegou cerca de 11.850 quilômetros, disse o ministério.

Cúpula EUA, Japão e Coreia do Sul
Também nesta sexta, os Estados Unidos realizam uma cúpula com Japão e Coreia do Sul para aprofundar a parceria militar.

No encontro, que acontece em Camp David, nos arredores de Washington, os líderes dos três países anunciaram um acordo para a tomada de decisões conjuntas em caso de operações militares na região do Pacífico.

A parceria é uma tentativa de fazer frente à China e ampliar a influência norte-americana na região. Mas, na cúpula desta sexta, os três países também se disseram dispostos a construir relações diplomáticas com Pequim para uma "relação estável".

Parceria China e Rússia
A parceria com a China é uma das principais apostas do presidente russo, Vladimir Putin, para fazer frente à aliança entre Estados Unidos e Europa na guerra da Ucrânia.

Em março, Putin e Xi Jinping se encontraram em Moscou, na primeira visita do presidente chinês desde o início da guerra da Ucrânia. Na viagem, que acirrou tensões das duas potências com o Ocidente, os dois líderes discutiram "parcerias estratégicas" e propostas de paz, segundo o Kremlin.

Embora se saiba pouco sobre a capacidade militar chinesa, a parceria pode ser uma tentativa da Rússia de conseguir mais equipamentos, principalmente tanques – segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, do Reino Unido, a Rússia perdeu metade de seus tanques pesados, que são estratégicos para resistir nos territórios ocupados.

g1
Portal Santo André em Foco

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