O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou que o governo comece a compartilhar informações com o Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre os crimes de guerra supostamente cometidos pelas tropas russas na Ucrânia, disse um funcionário de alto cargo americano à Agência EFE nesta quinta-feira (27).
A decisão de Biden representa uma mudança na política que os EUA têm tradicionalmente mantido com o TPI, do qual não é membro e que vários governos têm criticado por ter aberto investigações sobre crimes cometidos por tropas americanas em outros países, como o Iraque.
De acordo com a fonte, Biden tomou a decisão nos últimos dias e a comunicou recentemente ao Congresso dos EUA, onde tanto os legisladores democratas como os republicanos têm feito pressão para que a Rússia seja responsabilizada pelos crimes cometidos na Ucrânia.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, as agências de inteligência dos EUA têm coletado informações sobre vários tipos de atrocidades, mas até agora só compartilharam esses dados com os procuradores na Ucrânia, e não com o TPI.
Questionado pela EFE, um porta-voz da Casa Branca se recusou a dar detalhes específicos sobre o tipo de cooperação que os EUA estão prestando ao TPI.
Esse porta-voz, no entanto, reiterou que Biden acredita firmemente que aqueles que cometeram crimes de guerra na Ucrânia devem ser levados à justiça.
A pedido de quase 40 países, o gabinete do procurador do Tribunal Penal Internacional abriu uma investigação sobre crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Ucrânia por qualquer um dos combatentes em março de 2022, um mês após o início da invasão.
No entanto, o TPI tem uma capacidade limitada para julgar os crimes cometidos na Ucrânia porque nem Kiev nem Moscou ratificaram o Estatuto de Roma, o tratado de fundação da corte.
EFE
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