Uma investigação da Igreja Católica espanhola sobre abuso sexual de crianças por membros do clero e funcionários não clericais identificou até agora 728 supostos agressores e 927 vítimas desde a década de 40.
"Reconhecemos o dano causado", disse José Gabriel Vera, porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola. "Queremos ajudar todas as vítimas... acompanhá-las em sua cura."
A questão ganhou destaque na Espanha em 2021, depois que o jornal El Pais relatou mais de 1.200 supostos casos, anos depois que escândalos de abuso sexual abalaram a Igreja em países como Estados Unidos, Irlanda e França. Vários inquéritos foram abertos sobre os casos.
“Queremos saber o que deu errado na seleção dos candidatos ao sacerdócio, o que deu errado na formação... o que levou uma pessoa que decidiu se entregar a Deus, a se entregar ao abuso sexual”, disse Gabriel Vera.
Caso antigo da igreja
Dez padres espanhóis foram acusados de abuso sexual de crianças num caso apresentado depois que o Papa Francisco telefonou para uma vítima para pedir desculpas em nome da Igreja Católica, revelaram documentos judiciais em 2015.
À época, a vítima escreveu ao Papa para dizer que tinha sido molestado quando era coroinha. O Papa então telefonou ao homem para se desculpar.
Após desligar o telefone, o papa ordenou que uma investigação sobre o caso fosse feita. O arcebispo de Granada, Francisco Javier Martínez, afastou de suas funções vários sacerdotes relacionados ao caso.
A vítima disse que o abuso aconteceu enquanto tinha 14 aos 17 anos - hoje com 32 anos, numa casa alugada pelos agressores num subúrbio de Granada, sul da Espanha, disse o tribunal.
O Papa Francisco prometeu uma política de tolerância zero para o abuso sexual de crianças por clérigos após escândalos da Igreja em vários países ao longo de muitos anos. À época, grupos que representaram as vítimas disseram que a entidade religiosa não tinha feito o suficiente.
O Vaticano afirmou em 2014 que tinha excomungado cerca de 850 padres acusados de abusos sexuais de menores.
g1
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