O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan foi preso nesta terça-feira (9) acusado de corrupção. A prisão desatou uma onda de protestos violentos contra a polícia nas ruas de Islamabad por parte de apoiadores do ex-premiê.
Khan foi preso dentro da Suprema Corte de Islamabad, onde trabalhava atualmente. Ele trava uma forte disputa política com o atual governo do país desde que deixou o poder, em 2022.
O ex-premiê responde a mais de cem processos por corrupção em seu governo, e a polícia já havia tentado prendê-lo antes em sua casa, mas, em todas as vezes, enfrentou forte resistência de manifestantes e abortou as missões.
Desta vez, policiais armados entraram no prédio da Suprema Corte e carregaram Khan até uma viatura policial, já sob protestos de apoiadores.
Centenas de pessoas foram às ruas em protesto e queimaram camburões e viaturas policiais. Segundo a polícia, dez pessoas ficaram feridas.
Imran Khan foi deposto do poder por votação parlamentar em abril de 2022, por conta das denúncias por corrupção. Ele cumpriu quatro dos cinco anos de mandato, seguindo uma tendência no Paquistão, onde, nas últimas décadas, nenhum primeiro-ministro conseguiu concluir seu mandato no tempo normal.
Na maioria dos processos que responde, Khan, caso condenado, pode ser impedido de ocupar cargos públicos, com uma eleição nacional marcada para novembro.
O ministro do Interior do Paquistão, Rana Sanaullah, disse a repórteres que Khan foi preso pelo Escritório Nacional de Responsabilidade (NAB, na sigla em inglês) depois de não comparecer perante o órgão "apesar dos avisos".
O partido do ex-líder do país, o Tehreek-e-Insaf, convocou manifestações por todo o país, e apoiadores saíram às ruas enfurecidos. Na capital, viaturas e camburões da polícia foram queimados.
"Povo do Paquistão, esta é a hora de salvar seu país. Você não terá outra oportunidade", escreveu o partido no Twitter.
A prisão ocorre em um momento em que os paquistaneses estão sofrendo com a pior crise econômica em décadas, com inflação alta recorde e crescimento anêmico.
Um pacote de resgate do Fundo Monetário Internacional foi adiado por meses, embora as reservas cambiais mal sejam suficientes para cobrir as importações de um mês.
g1
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