O nono dia de protestos convocados pelos sindicatos contra a reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron reuniu, nesta quinta-feira (23), 1,089 milhão de pessoas em toda a França, segundo o Ministério do Interior.
O balanço de quinta é inferior em 200 mil pessoas ao recorde das mobilizações contra o aumento da idade de aposentadoria, registrado em 7 de março. A central sindical CGT, por sua vez, estimou em 3,5 milhões o numero de manifestantes nos dois casos.
Os trabalhadores franceses estão insatisfeitos com a descisão de Macron de aumentar a idade da aposentadoria de 62 pra 64 anos. Eles bloquearam o acesso a um terminal do principal aeroporto de Paris, nesta quinta-feira (23), como parte de protestos em todo o país, forçando alguns viajantes a chegar no local a pé.
No aeroporto Roissy-Charles De Gaulle e em toda a França, ações de pequenos grupos de manifestantes bloqueavam estradas e acesso a escolas e universidades, enquanto se reuniam com faixas com os dizeres "Não à reforma previdenciária".
Perto de Toulouse, no sudoeste, nuvens de fumaça foram vistas subindo de pilhas de destroços em chamas paralisando o tráfego em uma rodovia. Ativistas sindicais também bloquearam os trilhos do trem na estação Gare de Lyon, em Paris, mostraram imagens da TV BFM.
Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos eleitores se opõe ao aumento da idade de aposentadoria em dois anos, para 64 anos.
Os eleitores ficaram ainda mais irritados com a decisão do governo na semana passada de aprovar a mudança nas aposentadorias no Parlamento por um mecanismo que não exige votação e com os comentários desafiadores de Macron na quarta-feira.
"Estou em greve para protestar contra a reforma da previdência, mas também contra o que está acontecendo no governo", disse a funcionária de programação da Air France Lucile Bidet, de 27 anos, em um ato em Nantes.
"Eles não estão mais ouvindo as pessoas."
Macron quebrou semanas de silêncio sobre a nova política para dizer que permanecerá firme e que a lei entrará em vigor até o final do ano, a certa altura comparando os protestos com a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021.
g1
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