Novembro 26, 2024

Em protesto contra batida de trens, gregos paralisam voos e embarcações

Voos saindo da Grécia e chegando ao país foram suspensos nesta quinta-feira (16) por conta de uma paralisação histórica de trabalhadores em protesto contra o estado da linha ferroviária do país, que no fim de fevereiro causou um dos piores acidentes de trem da história recente da Europa.

Por uma falha de coordenação, dois trens se chocaram de frente em 28 de fevereiro, matando 57 pessoas.

Além da suspensão dos voos, os navios também permaneceram atracados nesta quinta. Os manifestantes protestam contra a falta de reformas na malha ferroviária, prometida há anos pelo governo.

A paralisação, convocada pelos maiores sindicatos dos setores público e privado da Grécia, é a mais recente de uma série de protestos desde a batida dos trens. Um deles, o de passageiros, tinha 350 a bordo, a maioria estudantes universitários, com um trem de carga em a região grega central de Tempi.

Serviços públicos e escolas estaduais foram fechados durante a greve de 24 horas na quinta-feira e o transporte urbano foi interrompido com a adesão de taxistas e funcionários do metrô. Os trabalhadores ferroviários fizeram greves contínuas desde o acidente.

Manifestantes, acusando o governo conservador e o sistema político do país de fechar os olhos aos repetidos apelos dos sindicatos sobre medidas de segurança deficientes na ferrovia, manifestaram-se no centro de Atenas.

"Queremos expressar conjuntamente nossa decepção pelo que não aconteceu ao longo dos anos, mas acima de tudo a raiva pelo que aconteceu em Tempi", disse o sindicato do setor privado GSEE, exigindo uma investigação completa sobre as causas do acidente.

"Não permitiremos que a falta de transparência, o encobrimento, a renúncia a responsabilidades e quaisquer atrasos levem ao esquecimento", afirmou.

Uma investigação judicial sobre o acidente foi iniciada.

Todos os voos foram interrompidos entre 0h01 e meia-noite no horário local (1001 GMT - 2200 GMT) e apenas sobrevoos, voos de emergência e de busca e salvamento serão permitidos.

O acidente provocou indignação pública. Na semana passada, dezenas de milhares se reuniram em Atenas e outras cidades da Grécia nas maiores manifestações de rua que o governo enfrentou desde que foi eleito em 2019.

"Os culpados devem pagar independentemente de sua posição", dizia um cartaz do sindicato do setor público ADEDY.

O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, cujo mandato termina em julho e deve convocar eleições em maio, pediu desculpas pelo acidente e prometeu contratar mais funcionários e consertar o setor ferroviário em dificuldades com o apoio da União Europeia. Ele também pediu aos manifestantes que não permitam que a raiva divida a sociedade.

"Precisamos vencer esta guerra", disse Mitsotakis esta semana, acrescentando que estava determinado a eliminar os fatores que levaram ao desastre.

Reuters
Portal Santo André em Foco

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