O Parlamento dinamarquês aprovou, nesta terça-feira (28), um polêmico projeto para abolir um feriado e, com isso, financiar o orçamento de defesa, em meio à guerra na Ucrânia.
Noventa e cinco deputados votaram a favor do projeto, e 68, contra, após várias semanas de uma incomum revolta social contra a proposta do governo.
A coalizão de esquerda-direita liderada pela primeira-ministra social-democrata Mette Frederiksen, no poder desde dezembro, havia anunciado sua intenção de suprimir o feriado religioso conhecido como Grande Dia de Oração, que existe desde o século 17.
Cerca de 50 mil pessoas se manifestaram no início de fevereiro contra o projeto, mas o Poder Executivo não recuou.
O governo pretende usar o dinheiro gerado para aumentar o orçamento de defesa até atingir a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) estabelecida pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) até 2030, e não 2033, como planejado.
A aceleração do calendário é necessária, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia há um ano, alegou o governo.
"Não acho que seja um problema ter que trabalhar mais um dia", explicou Mette Frederiksen.
"Temos que enfrentar enormes gastos em defesa e segurança, saúde, psiquiatria e transformação verde", detalhou a premiê, em seu discurso de política geral.
"Não há margem de manobra financeira", frisou.
AFP
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