A Rússia afirmou, nesta segunda-feira (27), que o plano proposto na semana passada pela China para solucionar o conflito na Ucrânia "merece atenção", mas que as condições necessárias para uma solução "pacífica" não estão reunidas no momento.
"Consideramos o plano de nossos amigos chineses com grande atenção", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "É um processo longo. No momento, não vemos as premissas para que o assunto possa seguir uma via pacífica".
"A operação militar especial [na Ucrânia] continua", acrescentou.
Na última sexta-feira (24), quando a ofensiva russa completou um ano, a China publicou um documento de 12 pontos que pede a Moscou e Kiev o início de negociações de paz. Enquanto Pequim busca espaço de mediação no conflito, a posição do país de aliada de Moscou a desqualifica aos olhos das potências ocidentais, que apoiam Kiev.
Rússia e Ucrânia não demonstraram até o momento nenhuma vontade séria de iniciar negociações e reagiram com prudência à proposta chinesa.
Ao mesmo tempo, o Kremlin chamou nesta segunda-feira de "absurdo" o novo pacote de sanções imposto pela União Europeia à Rússia na sexta-feira, que afeta 121 indivíduos e instituições.
"Tudo isto é absurdo. Vemos que impõem sanções a qualquer um [...] apenas para elaborar novas listas", afirmou Peskov, antes de acrescentar que as medidas não devem afetar as pessoas citadas.
Para o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, as sanções são "tentativas fúteis e imprudentes" de "minar nosso sistema industrial e nosso potencial financeiro".
"Preparamos medidas de retaliação [...] que continuarão sendo elaboradas sob o princípio da estrita reciprocidade e da inevitabilidade de punição", informou Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa.
AFP
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