O Kremlin está estudando a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a paz na Ucrânia, de acordo com o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, que deu uma entrevista à agência de notícias Tass.
“Registramos as declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, para encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia e corrigir erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores. Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação 'no terreno'", afirmou Galuzin.
O vice-ministro também afirmou que o ponto de vista do Brasil é importante, e que o país é um parceiro estratégico para a Rússia. “Nós estamos interagindo de uma forma construtiva nos Brics, no G20, na ONU e no Conselho de Segurança, no qual o Brasil tem um assento como um membro não permanente”, afirmou ele, de acordo com a Tass.
Brasil não forneceu munições
Galuzin afirmou que a Rússia ficou contente pelo fato de o Brasil não ter fornecido munição para a Ucrânia, apesar da pressão dos Estados Unidos: "Eu gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional, o Brasil rejeitou as medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e se recusou a fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev", disse ele.
O que Lula tem dito?
O presidente Lula tem afirmado que é favorável a criar um grupo de países que não se envolveram no conflito —nem mesmo indiretamente— para intermediar um acordo para chegar ao fim da guerra.
Em 10 de fevereiro, Lula se encontrou com o presidente dos EUA, Joe Biden, e, segundo o brasileiro, a guerra foi um dos temas.
Após a reunião com Biden, Lula disse o seguinte: "Eu falei com o presidente Biden o que eu já tinha falado ao presidente (Emmanuel) Macron ao chanceler alemão, Olaf Scholz, sobre a necessidade de criar um grupo de países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra da Rússia contra a Ucrânia para que a gente encontre possibilidades de fazer a paz. Ou seja, estou convencido que é preciso encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra".
Ele voltou a falar do grupo de países parceiros "capazes de construir um grupo de negociadores que os dois lados possam compreender e terminar essa guerra".
Eu falei com o presidente Biden o que eu já tinha falado ao presidente Macron ao chanceler alemão, Olaf Scholz sobre a necessidade de criar um grupo de países que não estão envolvidos diretamente ou indiretamente na guerra da Rússia contra a Ucrânia para que a gente encontre possibilidades de fazer a paz. Ou seja, estou convencido que é preciso encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra.
A mesma preocupação. Ninguém quer que essa guerra continue e é preciso encontrar parceiros capazes de construir um grupo de negociadores que os dois lados possam compreender e terminar essa guerra.
g1
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