Os Estados Unidos subiram o tom contra a Rússia neste sábado (18) e, pela primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia, acusaram abertamente o governo de Vladimir Putin de ter cometido crimes contra a humanidade no país vizinho.
A afirmação, inédita, foi feita pela vice-presidente dos EUA, Kamala Harris , durante a Conferência de Segurança de Munique, encontro que reúne dezenas de chefes de governo na cidade alemã neste fim de semana.
"Examinamos as provas, conhecemos as normas legais e não há dúvida de que se trata de crimes contra a humanidade", disse.
Para comprovar sua tese, Harris citou os seguintes casos, que segundo Washington, foram cometidos por militares russos na Ucrânia:
"Afirmo a todos os que perpetraram esses crimes e a seus superiores ou cúmplices: vocês responderão por eles", acrescentou Kamala Harris.
O Kremlin ainda não havia respondido às acusações até a última atualização desta notícia.
Esta foi a primeira vez que os Estados Unidos acusam abertamente a Rússia de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Ucrânia desde a invasão russa, que completa um ano na semana que vem.
A fala indica um movimento mais agressivo de Washington na guerra. Há meses, representantes do governo russo vêm alertado de uma interferência do Ocidente, encabeçada pelos EUA, e ameaça retaliações.
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, que também participa da conferência em Munique, respaldou a tese de Harris e falou de um "ataque generalizado e sistemático do Kremlin contra a população civil na Ucrânia".
Blinken afirmou ainda que, ao utilizar a classificação de crimes contra a humanidade, os Estados Unidos comprometem-se a ajudar para que o governo e as forças russos "prestem contas dos seus atos" perante a Justiça.
"Não pode haver impunidade para esses crimes", conclui Blinken.
Desde o início da invasão, os Estados Unidos documentaram ou catalogaram mais de 30.600 casos de crimes de guerra cometidos por forças russas na Ucrânia, disse o Departamento de Estado dos EUA.
Alguns desses casos, segundo os EUA, ocorreram em Bucha, cidade próxima a Kiev onde forças da Ucrânia encontraram dezenas de corpos de civis pelas ruas após militares russos, que ocupavam o local, deixarem a região, em meados de 2022.
g1
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