Novembro 26, 2024

EUA derrubam objeto voador que estava sobre o Alasca

As Forças Armadas dos Estados Unidos derrubaram um objeto não identificado que sobrevoava o estado do Alasca nesta sexta-feira (10). Segundo autoridades dos EUA, a ação ocorreu por ordem do presidente Joe Biden.

O porta-voz do governo dos EUA confirmou a ação.

Ainda não há confirmação sobre qual era o objeto (possivelmente, um balão), mas sabe-se que ele estava viajando a uma altitude que o tornava uma ameaça potencial para aeronaves civis.

Também não há indicação de que se tratava de uma ameaça militar, de acordo com o governo dos EUA.

Balão chinês
Na semana passada, os EUA derrubaram um balão chinês que sobrevoava o estado de Montana.

O balão sobrevoou os EUA estava equipado com dispositivos para coletar informações de inteligência, e não meteorológicas, disse um funcionário do governo americano na quinta-feira.

Imagens detalhadas feitas a grande altitude mostram que o equipamento do balão "era claramente para a vigilância de inteligência e era inconsistente com o equipamento encontrado nos balões meteorológicos", indicou o Departamento de Estado.

"Tinha múltiplas antenas para incluir uma matriz provavelmente capaz de coletar e geolocalizar comunicações", afirmou o Departamento em nota oficial.

"Estava equipado com painéis solares suficientemente grandes para produzir a energia necessária para operar múltiplos sensores ativos de coleta de dados de inteligência", detalhou o funcionário, sob condição de anonimato.

Um avião de combate americano derrubou o balão sobre o Oceano Atlântico no sábado, depois que o mesmo havia atravessado grande parte do país, sobrevoando áreas onde os Estados Unidos guardam mísseis nucleares em silos subterrâneos e bases de aviões-bombardeiros estratégicos.

Nexo militar
Este incidente levou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, a cancelar uma viagem iminente a Pequim, que estava planejada há bastante tempo e tinha como objetivo melhorar as relações entre as duas potências rivais.

O funcionário firmou que os EUA acreditam que o balão estava sob controle do Exército Popular da China e faz parte de uma frota de aeróstatos que Pequim enviou a mais de 40 países nos cinco continentes para coletar informação de inteligência.

O funcionário do governo dos EUA também disse que o cogita-se tomar medidas contra as entidades chinesas vinculadas à operação do balão, o que sugere que poderia submetê-las a sanções.

China e EUA
O governo chinês confirmou que rejeitou, no sábado, uma proposta do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, para uma conversa telefônica com sua contraparte chinesa sobre o tema do balão.

"Este enfoque irresponsável e gravemente equivocado dos EUA não gerou uma atmosfera adequada para o diálogo e o intercâmbio entre os dois comandos militares", afirmou o Ministério da Defesa da China, em nota.

Sob a lupa
Um funcionário do FBI (a polícia federal dos EUA) que tem a tarefa de analisar o balão, afirmou hoje que apenas uma parte "muito pequena" da carga útil de espionagem e eletrônica do balão havia sido recuperada até agora.

A evidência recuperada e levada ao FBI é extremamente limitada, segundo esse funcionário, que acrescentou que a carga estava sendo analisada nos laboratórios da agência policial em Quantico, no estado da Virgínia.

O que foi recuperado até agora estava flutuando na superfície da água, afirmou o funcionário do FBI, também sob condição de anonimato.

A maior parte da carga útil, incluídos os painéis solares, afundou na água por cerca de 14 metros depois que o balão foi derrubado.

O FBI não detalhou se as principais peças da carga útil do equipamento haviam sido localizadas, mas advertiu que a chegada de mau tempo poderia dificultar sua recuperação.

Audiência no Congresso dos EUA
Em uma audiência do Congresso na quinta-feira, a subsecretária de Defesa dos EUA, Melissa Dalton, defendeu a decisão das Forças Armadas de não derrubar o aeróstato quando o mesmo entrou pela primeira vez no espaço aéreo do país, sobre os mares do Alasca em 28 de janeiro.

Dalton assinalou que os mares frios e gelados do Alasca, que têm mais de 5.000 metros de profundidade, teriam tornado a recuperação do equipamento muito mais difícil e "extremamente perigosa".

g1 PB
Portal Santo André em Foco

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