Joe Biden sobe nesta terça-feira ao palanque do Capitólio para enfrentar, pela primeira vez, o Congresso dividido em seu discurso sobre o Estado da União, num teste para o lançamento de sua candidatura às eleições do próximo ano.
Ele encontrará a oposição republicana embalada pelo abate de um balão espião chinês no espaço aéreo americano, considerado tardio e um sinal de fraqueza do presidente diante da China, e pela descoberta de documentos confidenciais em suas propriedades.
O presidente americano pisa num terreno volátil, antes de pegar a estrada e iniciar uma peregrinação por alguns estados para divulgar seus feitos domésticos: desaceleração da inflação e do desemprego, como fruto do plano de estímulo à economia.
O objetivo é tentar convencer os eleitores de que a vida melhorou em seu mandato e que ele está pronto para permanecer na Casa Branca até os 86 anos.
Neste capítulo, Biden precisa minar a resistência no seu próprio campo: a pesquisa AP-NORC Center for Public Affairs Research revela que apenas 37% dos democratas querem que ele busque um segundo mandato. Entre os eleitores em geral, a porcentagem cai para 22%.
Outra sondagem, divulgada por Washington Post-ABC News mostra que num suposto embate com Trump, o ex-presidente está ligeiramente à frente (48% a 45%) de Biden.
Nas entrevistas, fica evidente que o principal fator contra o presidente é a idade, ainda que seu maior adversário seja apenas quatro anos mais novo: os tropeços no andar, a tosse frequente e as gafes são citados como preocupações.
Num artigo publicado nesta terça-feira no “New York Times”, a colunista Michelle Goldberg defendeu que chegou a hora da despedida de Biden e não do relançamento de uma campanha, justamente porque agora seu legado político parece mais sólido:
“A última vez que escrevi sobre Biden ser muito velho, ele estava em baixa em sua Presidência, com inflação disparando e sua agenda estagnada. Se ele tivesse decidido naquele momento não concorrer à reeleição, provavelmente teria parecido uma admissão de fracasso.”
Pela primeira vez, o presidente falará à nação tendo um opositor – o recém-eleito presidente da Câmara, Kevin McCarthy – em sua retaguarda, ao lado da vice-presidente Kamala Harris. Isso, porém, não o deixa em desvantagem, uma vez que os republicanos estão diante de uma grave crise de identidade.
Os opositores lhe cobram mais eficiência, firmeza diante da China e tentam equipará-lo a Trump nos malfeitos. Mas a maior empreitada de Biden será a de estancar o mau humor de seus eleitores, apesar dos números favoráveis da economia.
g1
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