Novembro 26, 2024

Biden decreta bandeiras a meio mastro nos EUA em homenagem a vítimas do tiroteio na Califórnia

Após intensas buscas, a polícia dos Estados Unidos encontrou na nesse domingo (22) a van do atirador suspeito de ter matado dez pessoas em um salão de dança na Califórnia durante a comemoração do Ano Novo chinês. Imagens divulgadas pela imprensa mostravam o motorista morto. O presidente Joe Biden tuitou que ele e a mulher, Jill, estavam "rezando pelos mortos e feridos" e assinalou que acompanha a situação de perto. Depois, decretou bandeiras a meio mastro nesta segunda-feira (23) em homenagem às vítimas do tiroteio.

A busca pelo atirador havia começado 12 horas antes. O homem, descrito pela polícia como asiático, abriu fogo em um salão de dança de Monterey Park, localidade do condado de Los Angeles que tem uma grande comunidade asiática. Testemunhas disseram que o suspeito atirou indiscriminadamente e parecia estar fortemente armado.

Segundo o xerife Robert Luna, a polícia recebeu as primeiras chamadas de emergência às 22h20 locais e encontrou pessoas fugindo do local. "Infelizmente, os paramédicos declararam a morte de 10 pessoas", lamentou o policial. Autoridades informaram que as vítimas eram cinco mulheres e cinco homens.

Outro incidente
O xerife Luna descreveu um segundo incidente, na localidade vizinha de Alhambra, cerca de 20 minutos depois, no qual um homem asiático armado entrou em um salão de baile, mas foi derrubado e desarmado, fugindo em seguida. Segundo Luna, as investigações estão em cursos para saber se os incidentes estão relacionados.

No fim da manhã, a polícia cercou um veículo em Torrance, a pouco mais de 40 km de Monterey Park. Imagens aéreas mostram uma van branca cercada por blindados, enquanto um grande número de patrulhas se encontravam perto do local. Segundo o jornal Los Angeles Times, que citou uma fonte da polícia, tiros foram disparados.

Imagens feitas no local mostram o corpo de um homem no banco do motorista. Citando fontes da polícia, o Los Angeles Times informou que o homem teria se suicidado, usando a própria arma.

Não houve confirmação imediata da polícia. Antes, o xerife Luna havia dito apenas que "uma operação tática" estava em andamento. "Poderia ser o nosso suspeito? Possivelmente", declarou.

Logo após o tiroteio, o gabinete do xerife divulgou imagens do suspeito, aparentemente registradas por câmeras de vigilância, que mostravam um homem asiático usando gorro e óculos. "Não sabemos se foi um crime de ódio como define a lei, mas quem entra em um salão de dança e atira contra 20 pessoas?", questionou Luna.

Pânico e correria
O tiroteio foi o mais letal nos Estados Unidos desde o massacre em Uvalde, Texas, que deixou 22 mortos em uma escola primária em maio passado. Policiais e peritos continuavam trabalhando no local do massacre.

Wong Wei, morador da cidade, disse ao jornal Los Angeles Times que uma amiga estava no banheiro quando os tiros começaram. Ao sair, ela viu um homem com uma arma longa, que atirava à queima-roupa. Também viu o corpo de duas mulheres e de uma pessoa que identificou como dono do salão de dança.

O jornal informou que Seung Won Choi, dono de um restaurante de frutos do mar próximo ao local do crime, contou que três pessoas entraram correndo em seu restaurante e disseram a ele para trancar a porta. Elas relataram que havia um homem com uma arma semiautomática e bastante munição, acrescentou Choi, em entrevista ao diário.

Ainda de acordo com o Los Angeles Times, dezenas de milhares de pessoas estavam reunidas desde cedo para as festividades de dois dias do Ano-Novo chinês. O segundo dia de celebração foi cancelado devido ao ataque.

Judy Chu, primeira americana de origem chinesa eleita para o Congresso dos Estados Unidos e ex-prefeita de Monterey Park, declarou no Twitter que estava "devastada pelas vítimas, por suas famílias e pela população de sua cidade natal".

Mais armas que pessoas
Em 2021, mais de 7.000 crimes de ódio foram denunciados nos Estados Unidos, afetando mais de 9.000 pessoas, segundo dados do Departamento da Justiça. Deste total, dois terços teriam motivação racista.

A violência armada é um grande problema nos Estados Unidos, onde, segundo o site Gun Violence Archive, houve 647 ataques armados no ano passado, definidos como incidentes envolvendo quatro ou mais pessoas baleadas, ou mortas, sem incluir o atirador. Mais de 44.000 pessoas morreram no país por ferimentos provocados por armas de fogo em 2022, e mais da metade delas, por suicídio.

Os Estados Unidos têm mais armas do que pessoas: um em cada três adultos possui pelo menos uma arma, e quase um em cada dois adultos mora em uma casa que tem uma arma.

RFI
Portal Santo André em Foco

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