Novembro 23, 2024

Queimadas são usadas por quem quer Brasil subserviente, diz Ernesto Araújo em entrevista a TV americana

Pessoas que querem tornar o Brasil um país fraco e subserviente usaram as queimadas na Amazônia para esse propósito, em um momento em que o governo do país tenta abrir a economia e se tornar um ator global, disse Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, em entrevista a uma das principais âncoras da rede CNN, Christiane Amanpour.

De acordo com Araújo, o governo lida com pessoas que usam as queimadas para fins políticos.

"Tentamos fazer grandes mudanças, tentamos abrir a economia e tornar o Brasil um país central em comércio e investimentos, e esse é um esforço que muita gente não gosta. Muita gente gostaria de ver o Brasil fraco, subserviente, e essas pessoas tentam inflar a imagem contra o Brasil e, por alguma razão, escolheram a Amazônia para transformar isso em algo que não é. Lidamos com gente que quer usar as queimadas por motivos políticos", disse ele.

Quase toda a conversa foi sobre a Amazônia, mas a jornalista também fez perguntas a Araújo a respeito de pesquisas de opinião sobre o desempenho do presidente Jair Bolsonaro. O ministro respondeu que há muito engajamento político a favor do atual governo.

O número de incêndios na Amazônia neste ano está dentro da média histórica, de acordo com ele, e o governo brasileiro mobilizou-se mais que os anteriores para combater o fogo, com o envio do Exército para auxiliar no controle do fogo.

Amanpour questionou a alegação, pelo presidente, de que organizações não-governamentais (ONGs) seriam responsáveis pelas queimadas – Bolsonaro afirmou isso no dia 21 de agosto. A jornalista queria saber se Araújo acreditava nisso.

O ministro disse que não culpa as ONGs, apesar de não saber qual o propósito de algumas delas no Brasil. As queimadas, de acordo com Araújo, são em parte naturais e em parte causadas por criminosos.

Ele afirmou que os dados do Inpe traziam distorções por apresentar um acumulado de focos que eram anteriores à gestão de Bolsonaro, e que há confusão entre duas informações: desmatamentos e incêndios.

Araújo justificou a demissão de Ricardo Galvão, ex-diretor do INPE, da seguinte forma:

“Ele mentiu. O dado que ele apresentou em junho deste ano era a coleção de desmatamento de cerca de pouco mais de um ano, e foi apresentada como sendo somente de junho deste ano. Era uma distorção enorme de informação científica que foi apresentada ao público. Quando examinamos, a maior parte do desmatamento que era atribuída como sendo de junho de 2019 era de 2018. Por isso ele foi demitido.”

Ao ser perguntado sobre declarações de Bolsonaro a respeito da exploração econômica da Amazônia, Araújo afirmou que há milhões de brasileiros na região e que é preciso dar oportunidades a essas pessoas –dado que não sejam predatórias.

G1
Portal Santo André em Foco

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