O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu nesta quarta-feira (7) que a guerra na Ucrânia pode demorar para terminar, mas descartou uma segunda onda de mobilização de reservistas.
"É claro que este pode ser um processo demorado", disse o líder russo durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos ligado ao Kremlin.
Além disso, Putin ressaltou que seria um erro não reconhecer que na Rússia "surgiram novos territórios", referindo-se às quatro regiões ucranianas anexadas em setembro (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia).
"Este é um resultado significativo para a Rússia. E o mar de Azov se tornou um mar interior para a Rússia. Estas são coisas sérias. Pedro, o Grande, já lutou para encontrar uma saída para o Azov", afirmou.
Putin alegou que os referendos realizados nestes quatro territórios mostraram que os habitantes querem viver como parte da Rússia. "E esse é o resultado mais importante. Agora eles estão conosco. E eles são milhões de pessoas. Isso é o principal", enfatizou.
Putin usou a palavra "guerra" — o que não costuma fazer em relação ao conflito na Ucrânia — para assegurar que não foi a Rússia que começou os combates na região de Donbass em 2014, quando eclodiu uma revolta pró-russa contra Kiev.
O presidente da Rússia também descartou uma segunda onda de mobilização de reservistas para reforçar as tropas que já combatem na Ucrânia.
"Estes rumores [...] são um disparate. A partir de hoje, não há necessidade disso, nem para o Estado, nem para o Ministério da Defesa", garantiu.
O líder russo explicou que metade dos reservistas, 150 mil homens, se juntou ao contingente destacado na Ucrânia e 77 mil estão em unidades de combate.
"Metade de todos os mobilizados ainda estão em campos militares ou centros de treinamento do Ministério da Defesa", afirmou.
Putin também negou nesta quarta-feira que tenha havido uma deserção em massa no exército russo na Ucrânia e também a existência de prisões para desertores.
EFE
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