Novembro 27, 2024

Xi Jinping declara apoio permanente da China a Cuba durante visita de Díaz-Canel

O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, se reuniram nesta sexta-feira (25) em Pequim, no qual o anfitrião declarou que seu país "fará todo o possível para dar apoio" aos cubanos, que "enfrentam grandes desafios", noticiou a imprensa local.

Xi afirmou que, "independentemente da situação internacional", o país asiático "não mudará" sua política de "amizade" com Cuba ou sua "vontade de trabalhar" com a nação caribenha para "proteger a justiça internacional e se opor à hegemonia".

Por sua vez, o presidente cubano, que chegou nesta manhã à China para uma visita oficial de dois dias, mencionou a crise econômica do país e indicou que conta com "o apoio de países amigos como a China", informou a Presidência cubana na rede social Twitter.

Díaz-Canel transmitiu a Xi "as saudações cordiais de seu amigo General do Exército Raúl Castro" e lembrou que Fidel Castro destacou "a capacidade e a firmeza" do atual presidente chinês, justamente no dia em que se completa o sexto aniversário da morte do ex-líder cubano.

O mandatário cubano também garantiu que valoriza "de uma forma muito positiva" as "contribuições teóricas e práticas para a construção do socialismo" de Xi Jinping à frente do Partido Comunista Chinês (governante), afirmou a Presidência cubana.

O presidente chinês manifestou a disposição de Pequim para "aprofundar a confiança política mútua e ampliar a cooperação prática" com Havana, observando que as relações bilaterais são "um caso exemplar de solidariedade e cooperação entre países socialistas e apoio sincero entre países em desenvolvimento".

Após a reunião, foram assinados 12 documentos, incluindo um plano de consultas entre os ministérios das Relações Exteriores dos dois países, um memorando de entendimento para a promoção das Novas Rotas da Seda, plano da China de construir infraestruturas em mais de 60 países, e um memorando para o "fortalecimento da cooperação econômica e comercial" entre as duas nações.

Da mesma forma, foi organizada uma cerimônia de entrega e recebimento de matérias-primas, uniformes escolares, doações em dinheiro, suprimentos médicos e medicamentos para Cuba, que atravessa um dos piores momentos econômicos das últimas décadas, marcado por uma grave crise energética.

Díaz-Canel chegou a Pequim, a convite de Xi Jinping, depois de visitar Moscou e Ancara nos últimos dias, onde conheceu os presidentes da Rússia e Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respectivamente.

A visita anterior do mandatário cubano à China, a primeira estando no governo, ocorreu em novembro de 2018, durou três dias, durante os quais se reuniu com Xi, com quem concordou em promover laços de "amizade" entre os dois países e foram assinados vários acordos bilaterais.

A atual estadia do presidente cubano decorre numa “bolha anti-covid”, um modo de circuito fechado em que os visitantes não têm contato com o mundo exterior, cumprindo as rígidas restrições que a China mantém desde o início da pandemia.

A viagem de Díaz-Canel à China marca a primeira de um presidente latino-americano ao país asiático desde o final do 20º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado em outubro e no qual Xi Jinping foi reeleito para um terceiro mandato como secretário-geral, inédito entre seus antecessores imediatos.

Cuba foi, em 1960, o primeiro país latino-americano a estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China, criada em 1949.

EFE
Portal Santo André em Foco

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